Em pronunciamento transmitido em rede nacional na véspera do feriado de 7 de Setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou temas de soberania nacional e criticou ações de figuras políticas, tanto no âmbito doméstico quanto internacional.

O discurso começou com uma referência ao significado do 7 de Setembro, marcando a independência do Brasil e a conquista da soberania. Essa ênfase na soberania surge em um momento de tensões comerciais com os Estados Unidos, após a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros.

“Mais de 200 anos se passaram e nós nos tornamos soberanos. Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém. Somos capazes de governar e de cuidar da nossa terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro”, afirmou Lula.

Completa um mês desde que os Estados Unidos implementaram tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, incluindo carne bovina e café. Essas medidas ocorrem após outras sobretaxas aplicadas anteriormente. O governo brasileiro tem buscado diálogo com a Casa Branca, mas até o momento não obteve sucesso. A justificativa apresentada pelos EUA para as tarifas é a redução do déficit comercial, o que contrasta com o superávit que o país mantém na balança comercial com o Brasil.

Em outro momento do pronunciamento, Lula defendeu a democracia e criticou “traidores da pátria” que, segundo ele, estimulam ataques ao Brasil, em referência indireta a Eduardo Bolsonaro. “Foram eleitos para trabalhar pelo povo brasileiro, mas defendem apenas seus interesses pessoais. São traidores da pátria. A História não os perdoará”, declarou.

Eduardo Bolsonaro tem se encontrado com membros do governo norte-americano, buscando impedir o diálogo entre os dois países. Um exemplo citado é o cancelamento de uma reunião entre o ministro da Fazenda e um secretário do Tesouro dos EUA, após um encontro do secretário com o deputado.

Alega-se que as tarifas impostas pelos EUA têm motivação política, ligadas ao apoio do ex-presidente Donald Trump a Jair Bolsonaro, que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal.