BTG reduz preço-alvo de ações do setor elétrico

Transmissão Paulista

Análise do BTG aponta riscos para distribuidoras de energia

BTG Pactual alerta sobre riscos no setor elétrico, reduzindo preços-alvo para Equatorial, Energisa e Neoenergia.

Em 28 de setembro de 2023, a equipe do BTG Pactual alertou que, caso a Medida Provisória (MP) 1.304 seja aprovada como está, os preços-alvo para as ações das principais distribuidoras de energia elétrica teriam de ser reduzidos. Segundo o banco, os valores passariam de:

  • Equatorial (EQTL3): R$ 46 para R$ 42
  • Energisa (ENGI11): R$ 66 para R$ 60
  • Neoenergia (NEOE3): R$ 39 para R$ 36

O BTG classificou o texto da MP como negativo, afirmando que o conteúdo ficou “aquém das expectativas”. A inclusão do repasse dos benefícios fiscais da Sudam e Sudene aos consumidores foi uma das principais críticas, com o BTG destacando que essa medida traz efeitos adversos para todas as partes envolvidas.

“A inclusão de última hora do repasse do benefício Sudam e Sudene roubou a atenção e trouxe de volta um fantasma do passado. Foi um projeto de lei negativo para o setor. Esperamos mudanças no texto e algum ruído enquanto as alterações são discutidas.”

Impacto nos preços das ações

Após a divulgação do parecer da MP, as ações de Equatorial, Energisa e Neoenergia estiveram entre as maiores quedas do dia 28, com -3,48%, -3,29% e -1,97%, respectivamente. No pregão de hoje (29), por volta das 14h30, os mesmos papéis estavam em processo de recuperação, subindo 1,30%, 2% e 2,4%.

O benefício da Sudam e Sudene permite que distribuidoras de energia elétrica que operam no Norte e Nordeste paguem uma alíquota reduzida de Imposto de Renda e Previdência Social, de cerca de 15%, bem abaixo do padrão de 34%. O objetivo é incentivar investimentos nessas regiões, sendo considerado historicamente crucial para o crescimento econômico em áreas menos desenvolvidas.

Riscos e previsões

O BTG ressalta que o argumento político a favor do repasse do benefício para as tarifas é a redução estimada de 2,1% nas tarifas finais. Contudo, os incentivos fiscais geram passivos, já que os ganhos são retidos e devem ser reinvestidos na própria região. “Pelo texto, as empresas podem optar por renunciar aos benefícios para liberar seus recursos. Se for esse o caso, os consumidores não seriam beneficiados, e as concessões e os estados perderiam capex, enquanto as companhias sofreriam valor presente líquido (VPL)”, aponta o relatório.

A equipe do Bradesco BBI segue a mesma linha do BTG, avaliando que a eventual eliminação do benefício Sudam e Sudene teria impacto negativo para as principais distribuidoras, estimando uma queda de -15% no VPL da Energisa, -10% no VPL da Equatorial e –15% no VPL de Neoenergia.

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