A indústria brasileira de café sinaliza um novo aumento nos preços do produto. A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) informou que os valores do café nos supermercados podem sofrer um acréscimo entre 10% e 15% nos próximos dias. Segundo a associação, o aumento reflete a elevação dos custos na aquisição da matéria-prima.
A Abic comunicou o possível reajuste ao setor varejista no início do mês. A expectativa é que os novos preços cheguem às prateleiras no início do próximo mês.
A alta dos preços do café ao longo de 2025 já impactou o consumo no Brasil. Dados da Abic mostram uma retração de 5,41% nas vendas de café no mercado interno entre janeiro e agosto deste ano, comparado ao mesmo período de 2024. Em números absolutos, as vendas caíram de 10,11 milhões de sacas para 9,56 milhões de sacas. Alguns tipos de café, como o solúvel, tiveram aumentos acumulados de até 50,59%.
Apesar da queda no consumo, a Abic demonstra otimismo e espera fechar 2025 com um desempenho similar ao do ano anterior, impulsionado por um possível bom desempenho em setembro.
A indústria brasileira também acompanha de perto as discussões sobre as sobretaxas de exportação de café para os Estados Unidos, principal destino do produto brasileiro. Há expectativa sobre o impacto de uma ordem executiva que poderia isentar o café de tarifas, dada a baixa produção interna nos EUA, concentrada no Havaí e em Porto Rico. O setor considera positiva a possibilidade de uma reunião entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos.
Um estudo recente apontou uma queda nos preços do café arábica tipo 6 e do robusta em São Paulo entre 15 e 22 de setembro. A redução foi atribuída à expectativa de chuvas nas regiões produtoras, realização de lucros e liquidação de posições de compra na Bolsa de Nova York, além da possibilidade de suspensão das tarifas dos Estados Unidos sobre o café.