Calor extremo em Belo Horizonte: aumento de 3°C neste século

Mudanças climáticas e crescimento desordenado impactam a temperatura na capital mineira

Belo Horizonte registra aumento de 3°C na temperatura média anual em 2024, refletindo o impacto do crescimento desordenado e da urbanização.

Belo Horizonte, 5 de outubro de 2023 — O aumento de 3°C na temperatura média anual da cidade desde o início do século reflete o impacto do crescimento desordenado e da urbanização. Em 2024, a temperatura média atingiu 24,5°C, segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Desconforto térmico e mortalidade

A capital mineira foi a que mais esquentou no Brasil em 2023, conforme o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). O calor extremo é descrito como um desastre negligenciado, com 48 mil mortes em excesso atribuídas a ondas de calor entre 2000 e 2018. Segundo a professora Renata Libonati, da UFRJ, as doenças cardiovasculares, respiratórias e neoplasias são as principais causas dessas mortes, afetando especialmente a população idosa e com comorbidades.

Desigualdade nas temperaturas

Em Belo Horizonte, o calor não afeta todos os bairros igualmente. Regiões mais altas sofrem menos, mas áreas periféricas, com menor arborização e urbanização desordenada, enfrentam desconforto térmico acentuado. O professor Wellington Lopes Assis, da UFMG, aponta que a falta de vegetação e a canalização dos córregos reduzem a capacidade de resfriamento da atmosfera, resultando em temperaturas mais altas.

Propostas de mitigação

A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou um plano de ação climática em 2022, visando mapear políticas e definir metas para mitigar os efeitos da mudança climática. A meta inclui o plantio de 50 mil mudas em 2025, com diálogo com comunidades para abordar desigualdades climáticas. Especialistas alertam que o calor deve ser reconhecido como um desastre e que ações como a criação de áreas verdes são essenciais para enfrentar a crise climática.

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