Câmara avança com reforma do imposto de renda

Análise e possíveis reviravoltas na votação

Votação na Câmara sobre a reforma do imposto de renda promete ser tensa, com possíveis surpresas.

Reunido com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e líderes partidários, o relator da reforma do imposto de renda, Arthur Lira, tenta amarrar bem o seu parecer junto aos pares, considerando os pontos acordados com o Executivo, para tentar garantir uma aprovação sem intercorrências. A tensão pode aumentar durante a análise dos destaques, onde emendas da oposição poderão ser contestadas, especialmente com a disposição de Lira em declarar a inconstitucionalidade de algumas dessas propostas.

Cenário atual

O potencial eleitoral da medida corrobora para o sentimento de que o mérito alcançará o aval do plenário com ampla margem. Contudo, o momento de alta tensão da sessão desta quarta-feira pode trazer surpresas negativas para o governo Lula. O relator reconhece que quer manter sua boa fama de “cumpridor de acordos”, alinhando-se com o governo federal, enquanto seus opositores se preparam para tentar resgatar algumas sugestões de mudança no parecer.

Conflitos políticos

A possibilidade de Renan Calheiros, adversário político de Lira, relatar a medida no Senado também pode trazer reviravoltas, já que ele pode desfazer algumas alterações e atribuir “supostas maldades” ao ex-presidente da Câmara. Ambos são potenciais candidatos a uma cadeira no Senado no ano que vem, o que adiciona uma camada de competitividade política.

Articulações do Executivo

Para evitar dores de cabeça, o Executivo teria reservado um pacote de emendas para serem liberadas aos parlamentares ao longo da votação de hoje. Aliados de Motta afirmam que ele resiste à ideia de aprovar apenas o texto-base, pois está disposto a entregar toda a pauta positiva ainda hoje, visando deixar para trás os arranhões conquistados com a aprovação da PEC da Blindagem semanas atrás. Em caráter reservado, líderes do Centrão defendem que o parecer de Lira seja aprovado sem alterações, para não colocar em risco a isenção sugerida por Lula.

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