Câmara dos Representantes avança em votação para liberar arquivos de Epstein

Matt Brown, Associated Press Matt Brown, Associated Press

Medida surge após resistência de líderes republicanos e novas revelações sobre o caso

Câmara dos Representantes dos EUA se prepara para votar a liberação de arquivos relacionados a Jeffrey Epstein, após meses de resistência.

Câmara dos Representantes avança em votação sobre arquivos de Epstein

A Câmara dos Representantes dos EUA se prepara para votar na próxima semana a liberação dos arquivos relacionados à investigação de tráfico sexual de Jeffrey Epstein, um movimento que ocorre após meses de resistência por parte dos líderes republicanos. A medida, conhecida como Epstein Files Transparency Act, foi impulsionada por uma petição que alcançou as 218 assinaturas necessárias para forçar a votação. Essa iniciativa surge em um contexto onde novas informações estão sendo reveladas, levantando questionamentos sobre as conexões de Epstein com várias figuras proeminentes, incluindo o ex-presidente Donald Trump.

Os novos documentos, que incluem um e-mail de Epstein de 2019, afirmam que Trump “sabia sobre as garotas”. A Casa Branca alegou que os democratas estão vazando essas informações de maneira seletiva para prejudicar a imagem do presidente. O projeto de lei, que conta com o apoio de todos os democratas e de alguns republicanos, incluindo Thomas Massie e Lauren Boebert, visa forçar o Departamento de Justiça a liberar todos os arquivos e comunicações relacionadas a Epstein, além de informações sobre a investigação da sua morte na prisão federal.

A medida foi apresentada pelos representantes Ro Khanna, D-Calif., e Thomas Massie, R-Ky., e ganhou força com a adesão de novos membros, como a democrata Adelita Grijalva, que, ao assinar a petição, garantiu os votos necessários para que a votação ocorra. O presidente da Câmara, Mike Johnson, indicou que a votação irá ocorrer na próxima semana, apesar de ter anteriormente minimizado a importância da petição.

A proposta estabelece que o Departamento de Justiça não poderá redigir informações por motivos de “embaraço, dano reputacional ou sensibilidade política”, o que inclui figuras públicas e oficiais do governo. Contudo, informações sobre as vítimas de Epstein e investigações federais em andamento poderão ser mantidas em sigilo.

A votação na Câmara parece promissora, já que muitos republicanos, incluindo Don Bacon, expressaram a intenção de apoiar a medida mesmo sem terem assinado a petição. Contudo, um desafio maior será enfrentado no Senado, onde os republicanos possuem uma maioria de 53 a 47 e será necessária uma votação de 60 para que o projeto avance.

John Thune, líder da maioria no Senado, não se comprometeu com a possibilidade de o Senado considerar o projeto se aprovado na Câmara. Ele indicou que o Departamento de Justiça já liberou muitos documentos sobre o caso Epstein, mas que a proteção dos direitos das vítimas continua sendo uma prioridade.

Se a medida for aprovada pelo Senado, ela será encaminhada ao presidente Trump, que provavelmente a vetará. Trump tem se oposto à petição desde o início e fez um apelo a dois republicanos que assinaram a mesma, chamando o movimento de uma “farsa” criada pelos democratas. O veto presidencial, no entanto, pode ser derrubado com uma votação de dois terços em ambas as câmaras, o que tem ocorrido apenas duas vezes desde 2009.

Rep. Massie afirmou que Trump pode evitar essa situação liberando todos os arquivos de Epstein que estão sob a custódia do governo federal. “Ainda há tempo para ele ser o herói,” disse Massie.

A pressão pública por transparência nas investigações de Epstein continua crescente, e a votação na Câmara poderá ser um passo significativo em direção à liberação dos arquivos que muitos acreditam que devem ser tornados públicos.

Fonte: www.pbs.org

Fonte: Matt Brown, Associated Press Matt Brown, Associated Press

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