Iniciativa visa restringir ações individuais de ministros da Suprema Corte
A Câmara dos Deputados aprova projeto que limita decisões monocráticas dos ministros do STF.
Na noite de 3 de dezembro, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que visa restringir as decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa proposta é uma resposta a uma recente decisão do ministro Gilmar Mendes, que determinou que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode protocolar pedidos de impeachment contra ministros do STF.
Estrutura do projeto
O Projeto de Lei 3640/2023 foi aprovado em caráter terminativo e não necessitará de passar pelo plenário da Câmara. Agora, o projeto segue para o Senado Federal. De acordo com o texto aprovado, as decisões unilaterais tomadas por um ministro do STF em certas situações deverão ser justificadas e apresentadas ao plenário ou à turma na sessão seguinte. Essa medida busca aumentar a transparência e a responsabilidade nas decisões da Suprema Corte.
Limitação para partidos
Outra mudança significativa proposta pelo projeto é que apenas os partidos que atingirem a cláusula de barreira poderão propor ações diretas no STF. Isso significa que partidos menores, frequentemente chamados de “nanicos”, serão restringidos em seu acesso à Corte, limitando a quantidade de ações que podem ser propostas e, potencialmente, alterando a dinâmica do sistema político brasileiro.
Contexto da aprovação
A aprovação do projeto na CCJ se deu em um contexto tenso, logo após a decisão de Gilmar Mendes, que estabeleceu que pedidos de afastamento de ministros da Corte somente poderiam ser aprovados com o apoio de dois terços do Senado, ou seja, no mínimo 54 senadores. Essa medida foi vista por muitos como uma tentativa de limitar a influência do Legislativo sobre o Judiciário, o que provocou um debate acalorado entre os parlamentares.
Próximos passos
Com a aprovação na CCJ, os deputados agora aguardam a apreciação do Senado, onde o projeto poderá passar por novas discussões e ajustes. A mudança nas regras referente às decisões monocráticas e aos pedidos de impeachment de ministros do STF poderá ter um impacto significativo sobre a relação entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no Brasil. Esta é uma questão que merece atenção, considerando o papel crucial que o STF desempenha na manutenção da democracia e do estado de direito no país.
Conclusão
A nova legislação, se aprovada pelo Senado, poderá modificar a forma como decisões importantes são tomadas dentro do STF. Os deputados argumentam que essas mudanças são necessárias para fortalecer o sistema democrático, garantindo que as decisões sejam mais coletivas e menos sujeitas à vontade individual de um único ministro. A expectativa agora é como o Senado lidará com essa questão e quais ajustes poderão ser feitos antes da votação final.


