Sindicato questiona instalação irregular de dispositivos em unidades policiais
Sindicato denuncia câmaras clandestinas em delegacias de Pernambuco, gerando polêmica sobre a segurança e privacidade.
No dia 28 de novembro de 2025, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) fez uma grave denúncia sobre a instalação de câmaras clandestinas em delegacias do estado. Segundo o sindicato, os equipamentos foram instalados sem a devida autorização da Justiça pela Secretaria de Defesa Social (SDS). Essa denúncia levanta sérias questões sobre os direitos dos cidadãos e a integridade das investigações policiais.
O Sinpol-PE expressou seu repúdio, alegando que o uso de escutas clandestinas viola direitos fundamentais e transforma os ambientes policiais em espaços de vigilância política. “O sindicato repudia e denuncia o uso de escutas clandestinas e não autorizadas pela Justiça, que ferem direitos, comprometem investigações e transformam o ambiente policial em espaço de vigilância política,” afirmou a categoria.
A Polícia Civil, por sua vez, negou qualquer irregularidade na instalação das câmaras, garantindo que todos os dispositivos estão em locais visíveis e acessíveis, seguindo os protocolos e procedimentos institucionais. A corporação destacou que está comprometida em modernizar sua infraestrutura e melhorar a segurança, ressaltando que os projetos em andamento têm como objetivo proteger tanto os policiais quanto os cidadãos.
Após a denúncia, o deputado estadual Romero Albuquerque (União-PE) manifestou preocupação e exigiu esclarecimentos do governo sobre a instalação das câmaras. Ele questionou quem tinha acesso ao conteúdo capturado, qual a finalidade do monitoramento e se houve autorização judicial. O deputado enfatizou a necessidade de apurar as irregularidades e responsabilizar os envolvidos, afirmando: “Não aceitamos que o aparato estatal seja utilizado para fins políticos e intimidatórios.”
O Sinpol ainda deixou claro que não se opõe à instalação de sistemas de gravação audiovisual que sejam transparentes e realizados dentro da legalidade, em ambientes técnicos e delimitados, como salas de oitiva de depoimentos. Contudo, a instalação clandestina das câmaras levanta sérias preocupações sobre a privacidade e os direitos dos cidadãos.
Além disso, o sindicato exige a imediata retirada das câmaras clandestinas, a garantia dos trabalhos investigativos e a preservação do sigilo dos depoimentos de vítimas e das comunicações entre advogados e clientes. A Polícia Civil reiterou que todas as suas ações estão dentro da legalidade e que os projetos de videomonitoramento visam aumentar a segurança das unidades.
O caso continua a gerar polêmica entre os representantes policiais e os órgãos governamentais. A reportagem tentou contato com a Secretaria de Defesa Social e com o Ministério Público do estado para obter esclarecimentos, mas não obteve respostas até o momento. O espaço para diálogo permanece aberto, enquanto a situação se desenrola em meio a um clima de desconfiança e questionamentos sobre a ética e a legalidade das ações governamentais.
A discussão sobre a instalação de câmaras de segurança em delegacias é um tema delicado, especialmente em um contexto onde a proteção da privacidade e dos direitos humanos deve ser sempre respeitada. A sociedade aguarda respostas claras e ações concretas das autoridades competentes para garantir que a integridade das investigações e os direitos dos cidadãos sejam preservados.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: Reprodução/CLDF