Uma campanha publicitária da American Eagle, estrelada pela atriz Sydney Sweeney, mergulhou em uma inesperada controvérsia, levantando debates sobre sexismo, questões raciais e as táticas de marketing utilizadas pelas marcas. O anúncio, que apresenta Sweeney vestindo jeans e fazendo trocadilhos com a palavra “genes”, gerou uma reação acalorada nas redes sociais e na mídia.
O cerne da polêmica reside na interpretação de alguns espectadores, que associaram as referências genéticas feitas por Sweeney, uma mulher loira de olhos azuis, a comentários recentes de figuras públicas sobre “genes ruins” relacionados à imigração. Essa leitura provocou acusações de que a American Eagle estaria se alinhando com uma ideologia nacionalista branca.
Especialistas em marketing e comunicação apontam para a complexidade da situação. Cheryl Overton, estrategista de marca, questiona se a American Eagle tinha consciência das possíveis conotações raciais ao lançar a campanha. “As pessoas são educadas, as pessoas são perspicazes e as pessoas estão dispostas a chamar as marcas a prestar contas”, afirma.
Outro ponto de discórdia é se a campanha foi um sucesso estratégico para a American Eagle. Alison Weissbrot, editora executiva da Adweek, pondera se o objetivo era apenas gerar burburinho ou se a marca realmente buscava aumentar as vendas. “O júri ainda não decidiu se é bom para o negócio deles, se vai aumentar as vendas, ou se é ruim para o negócio deles”, analisa.
Apesar da polêmica, Sydney Sweeney parece emergir ilesa. Especialistas como Sam Bodrojan, crítico de cinema, argumentam que ela consegue gerar controvérsia sem se tornar diretamente alvo de críticas. “Ela é capaz de criar conversas em torno dela e criar controvérsia em torno dela, enquanto fundamentalmente nunca é um objeto de ira diretamente”, observa.