Entenda por que a cana ainda se destaca no setor de biocombustíveis, apesar do avanço do milho

A cana-de-açúcar ainda mostra suas vantagens no setor de biocombustíveis, mesmo com o crescimento do milho.

Vantagens da cana-de-açúcar na produção de biocombustíveis

A cana-de-açúcar, apesar do crescimento do milho no setor de etanol, continua a apresentar vantagens competitivas. Segundo Werner Roger, CIO da Trígono Capital, o setor não pode ser considerado como “morto”. Ele afirma que a cana ainda tem muito a oferecer, especialmente em um mercado em transformação.

Biometano: O subproduto que faz a diferença

Uma das principais vantagens da cana sobre o milho é a produção de vinhaça, que pode ser convertida em biometano. Este biocombustível não só reduz os custos operacionais das usinas, como também diminui a emissão de gases de efeito estufa. Roger menciona que o biometano apresenta um custo significativamente menor em comparação ao diesel, o que representa uma economia relevante para o setor agrícola.

O impacto regulatório no mercado de biocombustíveis

Recentemente, com a implementação da lei do Combustível do Futuro, a Petrobras abriu um edital para a compra de biometano, incentivando a produção desse biocombustível. As novas regras exigem a mistura de biocombustíveis ao gás natural veicular, o que pode estimular ainda mais a demanda por biometano e beneficiar os produtores de cana.

O panorama do etanol de milho no Brasil

O crescimento do etanol de milho no Brasil é notável, representando atualmente 25% da produção anual. Especialistas acreditam que esse número pode chegar a 50% nos próximos anos. No entanto, a viabilidade do modelo de produção de etanol de milho ainda enfrenta desafios, especialmente em relação aos custos e à dependência de grãos comprados, enquanto as usinas de cana têm a vantagem de produzir seu próprio insumo.

Desafios e oportunidades no setor

Apesar do custo de produção do milho ser mais baixo, conforme indicado por especialistas, a cana-de-açúcar ainda se destaca por sua capacidade de gerar biocombustíveis de maneira mais sustentável. A integração das usinas que produzem açúcar, etanol de cana e etanol de milho é vista como o modelo mais sustentável, segundo Roger.

Conclusão: A resistência da cana-de-açúcar

O setor de cana-de-açúcar tem mostrado resiliência e capacidade de adaptação às novas demandas do mercado. A produção de biometano e a possibilidade de geração de créditos de descarbonização são vantagens que podem sustentar a cana como uma alternativa viável no futuro. Com a regulamentação adequada e incentivos governamentais, o potencial para a cana-de-açúcar continua a ser promissor, mesmo em um cenário competitivo com o milho.

Fonte: www.moneytimes.com.br