Cannabis medicinal: os EUA dão o passo que o Brasil adia

Por Michele Farran*

A recente decisão do governo dos Estados Unidos de reclassificar a cannabis em nível federal, reconhecendo oficialmente seu uso medicinal, marca um dos movimentos mais relevantes da história recente do setor. A medida, aprovada durante o governo Donald Trump, não significa a legalização total da planta, mas representa um avanço concreto ao reconhecer seu potencial terapêutico e reduzir barreiras históricas que limitavam pesquisas, investimentos e acesso de pacientes.

Na prática, a reclassificação abre espaço para um aumento significativo de estudos científicos, desenvolvimento de novos medicamentos e maior preparo da comunidade médica americana para prescrever cannabis medicinal com base em evidências. Trata-se de um passo institucional importante, que reposiciona a planta dentro do sistema de saúde e estimula um olhar mais técnico, menos ideológico e mais centrado no paciente.

Esse movimento nos Estados Unidos também tem impacto global. Quando uma das maiores potências do mundo avança em sua legislação, outros países naturalmente passam a observar com mais atenção os resultados práticos dessa mudança. É uma oportunidade de aprendizado: entender o que funciona, o que precisa ser ajustado e quais modelos regulatórios realmente ampliam o acesso com segurança, respeitando as particularidades culturais e sociais de cada nação.

No Brasil, onde o acesso à cannabis medicinal ainda é marcado por entraves regulatórios, burocracia e desinformação, esse cenário internacional serve como referência importante. A experiência americana pode ajudar a orientar decisões futuras, mostrando como a regulamentação pode beneficiar pacientes, famílias e o próprio sistema de saúde — especialmente em casos clínicos mais delicados, nos quais a cannabis já demonstra resultados relevantes.

A reclassificação da cannabis nos EUA não é apenas um gesto simbólico. É um sinal claro de que o mundo caminha para uma abordagem mais madura, científica e responsável sobre o tema. Observar esse processo de perto é essencial para que o Brasil avance com mais segurança, ampliando pesquisas, formando médicos capacitados e, principalmente, garantindo que pacientes tenham acesso a tratamentos que podem transformar suas vidas.

 

*Michele Farran é empresária e fundadora da Cannabis Company, primeira farmácia do Brasil exclusiva para cannabis medicinal e com produtos à pronta-entrega.

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