Pecuaristas enfrentam um desafio crescente: ataques de carcarás a bezerros recém-nascidos, resultando em perdas consideráveis. Em uma propriedade no Paraguai, o produtor Antônio Nogueira lida com uma infestação de carcarás que vitimam os bezerros logo após o parto, muitas vezes levando-os à morte.
A situação se agravou devido à concentração de nascimentos em um curto período, consequência do uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).
O carcará, uma ave de rapina da família dos falcões, exibe comportamento oportunista e necrófago. Apesar de ser um parente dos falcões, suas garras são menos potentes, tornando-o dependente de outras aves para encontrar alimento. O carcará, frequentemente visto próximo a urubus, age como cleptoparasita, roubando alimento de outras aves de rapina.
Os ataques a bezerros concentram-se nos animais mais vulneráveis, geralmente filhotes de novilhas inexperientes, que ainda não desenvolveram a capacidade de proteger suas crias adequadamente.
A alta concentração de nascimentos propicia o acúmulo de restos de parto, sangue e resíduos no pasto, atraindo urubus e carcarás, que atacam os bezerros mais fracos.
Para mitigar os ataques, recomenda-se separar as novilhas em pastos maternidade exclusivos, próximos aos trabalhadores para facilitar o monitoramento. A limpeza regular do pasto, removendo os restos de parto, é fundamental para evitar a atração das aves. Atenção especial deve ser dada aos restos de parto em decomposição, principal atrativo para urubus e carcarás. O acompanhamento próximo dos nascimentos garante que os bezerros não fiquem desprotegidos.
Urubus e carcarás são protegidos por leis ambientais, o que torna o manejo sanitário e a prevenção as melhores estratégias para controlar a presença dessas aves e proteger os bezerros de forma legal e sustentável.