Em um desenvolvimento crucial nas investigações sobre desvios bilionários no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, concordou em prestar depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). A confirmação foi feita neste domingo (14/9) pelo presidente do colegiado, Carlos Viana (Podemos-MG), gerando grande expectativa em torno do que poderá ser revelado. O depoimento está agendado para a segunda-feira (15/9).
A decisão de Antunes ocorre em um momento delicado, após sua recente prisão em operação da Polícia Federal. Inicialmente, o ministro relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, havia determinado que o comparecimento do lobista à CPMI seria facultativo. A complexidade do caso e a relevância das informações que Antunes pode fornecer justificam o grande interesse do Congresso e da sociedade.
Além de Antunes, o empresário Maurício Camisioti também foi convocado a depor na CPMI, ampliando o escopo das investigações. A expectativa é que ambos os depoimentos contribuam para elucidar o esquema de desvios que lesou os cofres públicos e prejudicou milhares de aposentados. A Polícia Legislativa e a Polícia Federal estão coordenando um forte esquema de segurança para garantir a integridade do depoimento de Antunes.
O escândalo do INSS veio à tona através de uma série de reportagens investigativas do Metrópoles, revelando um esquema bilionário de desvios e fraudes. “As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU)”, conforme noticiado anteriormente. As denúncias culminaram nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
O senador Carlos Viana informou que ele e o relator, Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), estão em contato com outros investigados para que também prestem depoimento voluntário à CPMI. A comissão já ouviu representantes da Defensoria Pública da União (DPU), da Controladoria Geral da União (CGU) e da Polícia Federal, buscando aprofundar a compreensão sobre o esquema de corrupção e identificar todos os envolvidos.