Cassação do mandato de Carla Zambelli é aprovada pela CCJ da Câmara

Deputada enfrenta punição após condenação e prisão na Itália

A CCJ da Câmara dos Deputados aprovou a cassação do mandato de Carla Zambelli, que está presa na Itália.

CCJ da Câmara aprova cassação do mandato de Carla Zambelli

A cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (10/12), em meio a uma controvérsia que envolve sua condenação criminal e atual situação judicial na Itália. O colegiado votou com 32 votos a favor da cassação e apenas 2 contrários, demonstrando uma clara maioria em relação à questão.

Em agosto, Carla Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e oito meses de prisão, além da perda de seu mandato parlamentar. Tal decisão foi fundamentada em sua ligação com a inserção de documentos falsos na plataforma do Conselho Nacional de Justiça, uma ação realizada pelo hacker Walter Delgatti, que alegadamente atuou a mando da deputada.

O novo relator da questão, Cláudio Cajado (PP-BA), afirmou durante a votação que a maioria dos membros da comissão não identificou elementos de perseguição política no processo de condenação. Além disso, destacou que a detenção de Zambelli impossibilita, de fato, o exercício de suas funções como parlamentar.

A decisão ainda precisa ser ratificada pelo plenário da Câmara, conforme pautado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que incluiu a análise da cassação no agenda da sessão. Além do processo contra Zambelli, também será discutida a cassação do deputado Glauber Braga (PSol-RJ).

Zambelli acompanhou a votação de forma remota, junto de seu filho e advogado. Durante a sessão, ela fez um apelo aos deputados para que votem contra a sua cassação, argumentando que tal ato seria um desvio da verdadeira independência dos Poderes. Atualmente, ela espera que o governo italiano se pronuncie sobre sua extradição.

Manobras políticas em torno da cassação

O relator anterior, Diego Garcia (Republicanos-PR), havia se manifestado a favor da manutenção do mandato de Zambelli, mas sua postura foi rejeitada pela maioria da comissão. Após a mudança na composição da CCJ, a movimentação foi analisada como uma estratégia para facilitar a aprovação da cassação. Integrantes do PL ressaltaram que a alteração era uma manobra política.

O advogado de defesa de Zambelli, Fábio Pagnozzi, criticou a votação, sugerindo que houve interesses pessoais que influenciaram a decisão de alguns parlamentares, sem nomear diretamente os envolvidos. Após a votação desfavorável, alguns membros do PL deixaram a comissão em protesto, afirmando que se reuniriam novamente no plenário para discutir o futuro da deputada.

Segundo observadores, a estratégia do União Brasil é vista como uma tentativa de pressionar Hugo Motta a liberar a pauta da cassação, que é um tema sensível dentro do parlamento. Essa situação reflete uma preocupação crescente com a presença de deputados que enfrentam questões judiciais e se encontram fora do país, criando um cenário desafiador para a presidência da Câmara.

As próximas etapas deste processo serão decisivas não apenas para o futuro político de Carla Zambelli, mas também para a dinâmica de poder dentro da Câmara dos Deputados, que se vê diante de um momento de forte polarização e conflitos internos.

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