Evento recorda os 50 anos da morte do jornalista e vítima da ditadura militar
A Catedral da Sé, em SP, lotou para homenagear Vladimir Herzog, 50 anos após sua morte.
Um ato inter-religioso em homenagem a Vladimir Herzog, lotou a Catedral da Sé, neste sábado (25), no centro de São Paulo. Familiares, autoridades políticas e membros da sociedade civil prestaram homenagem pelos 50 anos da morte do jornalista, vítima da ditadura militar.
Recriação de ato de 1975
O evento foi uma recriação do ato inter-religioso que ocorreu em 1975 e reuniu mais de 8.000 pessoas na mesma igreja para a missa de sétimo de Herzog. À época, o evento foi conduzido por líderes religiosos como o cardeal D. Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel e o reverendo Jaime Wright, com o apoio do jornalista Audálio Dantas, então presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
Presenças ilustres
Desta vez, o ato ecumênico contou com as presenças do arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, da reverenda Anita Wright — filha de Jaime Wright, e do rabino Rav Uri Lam. O vice-presidente da República e, no momento, presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), também esteve presente no evento.
Reflexões sobre a ditadura
Alckmin afirmou que a morte de Herzog foi resultado do extremismo do Estado, que ao invés de proteger os cidadãos, os perseguia e matava. No entanto, não se posicionou sobre uma possível revisão na Lei da Anistia de 1979, uma das principais reivindicações dos familiares de Herzog e de outros mortos e desaparecidos durante o regime.
Demanda por justiça
Ivo Herzog, filho mais velho de Vladimir Herzog, lembrou da tramitação da ADPF 320 no STF (Supremo Tribunal Federal), que trata da questão. A ação está sob relatoria do ministro Dias Toffolli há mais de oito anos. “A gente não está exigindo que a lei de anistia diga isso ou aquilo. A gente tá só pedindo para que o debate seja levado ao plenário. Isso tem sido negado para nós”, declarou.