CBIC reduz projeção de crescimento do setor de construção em 2025

Pilar Olivares

Câmara Brasileira da Indústria da Construção revisa estimativa devido a juros altos

A CBIC revisou a projeção de crescimento do setor de construção para 2025, prevendo avanço de apenas 1,3%.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou sua projeção de crescimento do setor de construção para 2025, reduzindo de 2,3% para 1,3%. Essa mudança é um reflexo do ciclo prolongado de juros altos, que tem limitado o ritmo das atividades. O PIB do setor recuou 0,6% no primeiro trimestre e 0,2% no segundo, em comparação com os períodos imediatamente anteriores. Apesar disso, o setor opera 23% acima do nível registrado antes da pandemia, no final de 2019.

Situação do emprego no setor

De janeiro a agosto, o setor de construção gerou 194,5 mil novos empregos formais, o que representa uma queda de 9,3% em relação ao mesmo período de 2024. A construção de edifícios liderou as contratações, com 74,9 mil novas vagas. O número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 3,05 milhões em agosto, próximo ao recorde histórico de outubro de 2013. Além disso, o salário médio de admissão na construção é de R$ 2.462,70, valor 7,3% superior à média nacional.

Desafios e perspectivas

A taxa de juros continua sendo apontada como o principal obstáculo por empresários do setor, com a Selic aumentando de 10,5% para 15% ao ano desde setembro de 2024. Apesar dos desafios, a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, destacou que o setor deve crescer pelo terceiro ano consecutivo, gerando empregos em todas as regiões do país. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acumulou alta de 6,78% em 12 meses até setembro, acima do IPCA de 5,17%.

Expectativas para o crédito habitacional

A expectativa é que R$ 37 bilhões sejam injetados no crédito habitacional já no próximo ano, impulsionados pelas mudanças nas regras do financiamento imobiliário. Apesar de uma queda de 18% no financiamento imobiliário entre janeiro e agosto, o Programa Reforma Casa Brasil deve contribuir para a retomada do comércio de materiais de construção, com R$ 40 bilhões previstos para crédito em reformas e ampliações residenciais.

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