Expectativas de investidores são afetadas por dados do mercado de trabalho e decisões do Federal Reserve
A aversão ao risco derruba mercados globais, impactando o Ibovespa nesta sexta-feira.
A situação do mercado financeiro e o impacto no Ibovespa nesta sexta-feira
A aversão ao risco se tornou um tema central nos mercados globais, afetando diretamente o desempenho do Ibovespa nesta sexta-feira (20). O Brasil retorna do feriado em um cenário de pessimismo, exacerbado por dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos que surpreenderam negativamente os investidores.
No último relatório de emprego, o payroll revelou que os EUA criaram 119 mil novas vagas em setembro, superando a expectativa do mercado, que era de apenas 51 mil contratações. Entretanto, a taxa de desemprego subiu para o maior patamar em quase quatro anos, o que gerou incertezas sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed). A ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) reafirmou essa incerteza, revelando divisões sobre os próximos passos na política de juros.
Expectativas de juros e suas consequências
O CME FedWatch indica que atualmente 64,9% dos investidores apostam na manutenção da taxa de juros, enquanto 35,1% projetam um aumento de 0,25 ponto percentual. Essa incerteza tem contribuído para a aversão ao risco e a queda acentuada nos índices de várias bolsas ao redor do mundo.
Os investidores brasileiros também reagiram a um decreto recente do ex-presidente Donald Trump, que suspendeu tarifas sobre produtos brasileiros, como carne bovina e café. Essa medida poderia ter um impacto positivo, mas o sentimento geral continua a ser de cautela.
Desempenho do Ibovespa e do dólar
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) caiu 0,73%, fechando a 155.380,66 pontos. O dólar à vista (USBRL) teve alta de 0,39%, terminando o dia a R$ 5,3385. Já o ETF iShares MSCI Brazil (EWZ), principal fundo de índice brasileiro negociado em Nova York, apresentou uma queda de 0,31% no pré-mercado, cotado a US$ 31,80.
As bolsas asiáticas também sentiram o impacto, com quedas superiores a 2%, registrando a maior baixa semanal desde abril. Na Europa, os principais índices estão em queda, enquanto os futuros de Nova York apresentam leve alta.
Mercado de petróleo e criptomoedas sob pressão
Os preços do petróleo estão em baixa nesta sexta-feira, com o petróleo Brent recuando 2,15%, a US$ 62,02 o barril. Essa situação é impulsionada por notícias de que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky concordou em colaborar com os EUA em um plano de paz, o que pode aumentar a oferta no mercado já fragilizado.
No setor das criptomoedas, a tensão é palpável. O Bitcoin (BTC) está sendo negociado em torno de US$ 82 mil, após uma queda de 10,7%, caminhando para o pior desempenho mensal desde 2022. O Ethereum (ETH) também recuou 11%, sendo cotado a US$ 2.600.
Indicadores econômicos a serem observados
Entre os indicadores econômicos que os investidores devem ficar atentos, estão os PMI/S&P Global da Zona do Euro e dos EUA, além da confiança do consumidor medida pela Universidade de Michigan. Esses dados podem fornecer insights adicionais sobre a saúde econômica global.
Conclusão
O cenário atual é desafiador, com a aversão ao risco dominando os mercados. Para os investidores, a análise cuidadosa dos dados econômicos e das decisões de política monetária será crucial para entender as tendências futuras do Ibovespa e de outros ativos financeiros.
Fonte: www.moneytimes.com.br
Fonte: Agência