Dados do Datafolha mostram divisão entre candidatos da direita e coesão na esquerda
Pesquisa do Datafolha revela divisão na direita e unidade na esquerda para as eleições de 2026.
Cenário eleitoral para 2026: desafios e perspectivas
A pesquisa eleitoral do Datafolha, divulgada em 8 de dezembro de 2025, apresenta um cenário intrigante para as eleições presidenciais de 2026 no Brasil. A pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 4 do mesmo mês, abrangendo 113 municípios e 2.002 entrevistados. Os dados mostram uma divisão entre a direita, que aparece fragmentada, e a esquerda, que se mostra coesa em torno do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A fragmentação da direita no Brasil
A pesquisa indica que a direita está em um estado de fragmentação, com diversos candidatos emergindo como opções para os eleitores. Apesar de Jair Bolsonaro, ex-presidente e atualmente inelegível, ainda ser o nome mais reconhecido entre os eleitores conservadores, sua ausência no pleito de 2026 abre espaço para novos nomes. Essa pluralidade, no entanto, pode dificultar a construção de uma candidatura única capaz de competir efetivamente nas eleições.
Coesão em torno de Lula na esquerda
Por outro lado, a esquerda apresenta uma imagem mais unificada, com Lula sendo a figura central na disputa. O levantamento mostra que existem menos alternativas viáveis para a sucessão de Lula em comparação com a direita. Essa coesão parece ser um fator crucial, especialmente em um momento em que a fragmentação pode prejudicar a capacidade da direita de apresentar uma frente unida.
A taxa de desconhecimento dos líderes
Apesar da polarização política, uma taxa significativa de eleitorado permanece sem informação clara sobre quem são os líderes de cada lado. O Datafolha revela que até 36% dos entrevistados não conseguem identificar o principal líder da direita, enquanto 30% não sabem quem lidera a esquerda. Intrigantemente, 16% dos eleitores que se identificam como petistas consideram que Lula é o principal líder da direita, evidenciando uma confusão em relação às identidades políticas existentes.
Lula e Bolsonaro nas preferências dos eleitores
O ex-presidente Lula, mesmo sendo o líder da esquerda, figura também como uma opção na identificação da direita, com 9% de preferência entre os entrevistados. Isso é seguido por Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, com 5%, e Michelle Bolsonaro, com 2%. No caso da identificação de Jair Bolsonaro como líder da esquerda, 5% dos entrevistados o apontam dessa forma, o que demonstra a complexidade e a sobreposição das identidades políticas na opinião pública.
Implicações para as eleições de 2026
A leitura desses dados é fundamental para entender o panorama eleitoral que se aproxima. Enquanto a direita busca um caminho para consolidar uma candidatura, a esquerda se beneficia da continuidade e da identidade em torno de Lula, o que poderá impactar não apenas as eleições presidenciais, mas também a composição do Congresso. O cenário está longe de ser definido, e a fragmentação da direita pode abrir oportunidades inesperadas para a esquerda, que, até agora, se apresenta como uma força mais coesa.
A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, aumentando a necessidade de estar atento às mudanças que podem ocorrer nas preferências dos eleitores à medida que a data das eleições se aproxima.


