O relatório destaca a melhora nas relações Brasil-EUA e os impactos no setor bancário.
Melhoria nas relações Brasil-EUA beneficia mercado; analista destaca dois bancos para o 3T25.
Cenário político impulsiona mercado
O cenário político ajuda a impulsionar o desempenho dos ativos de risco nesta segunda-feira (27), de acordo com a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research. A grande notícia positiva é a melhora na relação entre Brasil e Estados Unidos.
No Giro do Mercado, a analista avaliou que o encontro recente entre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o norte-americano Donald Trump reduziu incertezas sobre as relações bilaterais. “Foi uma redução de risco de cauda. Aquele risco que poderia culminar numa deterioração mais grave das relações — algo mais parecido com o caso da Venezuela, com sanções pesadas — acredito que diminuiu muito”, disse Quaresma.
Impactos no mercado
A melhora do tom entre os dois governos contribuiu para o pregão positivo do Ibovespa (IBOV), que chegou a bater a máxima intradia, com a queda do dólar, fechamento da curva de juros e alta de ações sensíveis a juros. “Risco de cauda reduzido é sempre uma coisa muito positiva para o ambiente de investimentos e para o apetite a risco”, afirmou.
Expectativas para a Selic
A analista ainda falou sobre a possibilidade do Banco Central (BC) iniciar um ciclo de cortes da Selic, a taxa básica de juros do Brasil, antes do previsto. Segundo Quaresma, o cenário é favorável, já que os últimos dados de inflação reforçam o ambiente para cortes de juros a partir do fim do ano. “Acho que é até provável que, nessa próxima reunião, o Banco Central já comece a abrir o caminho no discurso para preparar o terreno para um corte de juros, seja ele em dezembro ou em janeiro”, afirmou.
Temporada de balanços do 3T25
Sobre a temporada de balanços corporativos no terceiro trimestre de 2025 (3T25), que ganha tração nesta semana, Quaresma destacou que a inadimplência segue como principal ponto de atenção. “A gente está vindo de um ciclo de elevação de inadimplência, tanto nas linhas de pessoa física quanto de pessoa jurídica, com um grande destaque negativo sendo o agronegócio”, disse. O Santander (SANB11) é o banco privado com maior exposição ao setor agrícola, o que pode pressionar seus resultados. Em relação ao Bradesco (BBDC4), ela avalia que o resultado deve mostrar “alguma pressão de inadimplência, mas menor”. Na visão da analista, os destaques positivos da temporada devem ser mais uma vez o Itaú (ITUB4) e BTG Pactual (BPAC11), que divulgam seus números nos dias 4 e 11 de novembro, respectivamente.