Centrão pressiona por definição de candidato ao Planalto

Diego Herculano

Divisões internas dificultam apoio a Jair Bolsonaro e ao projeto de redução de penas

Centrão pressiona por definição de candidato enquanto o apoio a Bolsonaro se divide.

A divisão entre os nomes da direita próximos a Jair Bolsonaro e aqueles alinhados ao Centrão está dificultando o anúncio do candidato do grupo em 2026. Para acelerar essa escolha, a cúpula do Centrão vem cobrando uma “virada de página”, defendendo que o texto da dosimetria, que pode beneficiar Bolsonaro, seja votado rapidamente.

Pressão por Tarcísio de Freitas

União Brasil e PP, que formaram uma federação, estão pressionando para que Bolsonaro apoie o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à presidência ainda este ano. Caso Tarcísio não queira ser candidato, a preferência do grupo recai sobre o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

Desafios para o apoio

A articulação conta com a participação dos comandos nacionais de Republicanos e PSD. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, destacou que Tarcísio é “a cereja do bolo da renovação política”. No entanto, o projeto de redução de penas para envolvidos em atos antidemocráticos está travado, e a falta de apoio no Congresso pode prejudicar a unidade da direita para 2026.

Cenário pessimista

Partidos do Centrão traçam um cenário pessimista em que a direita começaria 2026 desorganizada e em desvantagem na disputa contra Lula, que recuperou popularidade. A avaliação é que, se o projeto não for aprovado até o fim do ano, a pressão por uma anistia ampla pode se intensificar, dificultando ainda mais o apoio a um candidato único.

Tentativas de acordo

Embora o projeto de redução de penas esteja estagnado, os líderes insistem na necessidade de um acordo para que ele avance. O relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), está em conversas com a oposição e bolsonaristas para tentar aprovar uma versão que priorize a redução de penas.
A situação se complica ainda mais com o acirramento entre Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o Centrão, o que leva os presidentes de siglas a descartar qualquer acordo que inclua o filho do ex-presidente como candidato. Enquanto isso, a divisão interna continua a ser um desafio para o Centrão na construção de um candidato viável para 2026.

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