CEO fala sobre investimento multimilionário em planta de processamento de terras raras nos EUA

Ramón Barúa Costa, da Aclara Resources, detalha planos para diversificação de suprimentos fora da China até 2028

Aclara Resources investe US$ 277 milhões em planta nos EUA para reduzir dependência da China.

Durante uma entrevista exclusiva ao programa ‘The Claman Countdown’, o CEO da Aclara Resources, Ramón Barúa Costa, anunciou um investimento de US$ 277 milhões para a construção da primeira planta de processamento de terras raras nos Estados Unidos, localizada na Louisiana. As obras estão programadas para começar no segundo semestre do próximo ano, com o intuito de ajudar a combater a dependência do país em relação aos suprimentos da China, que atualmente domina o mercado global.

O desafio da dependência da China

A China controla cerca de 70% da mineração e 90% do processamento das terras raras no mundo, enquanto os Estados Unidos lidam com apenas 12%. Barúa Costa destacou que as recentes restrições impostas pela China a sete tipos específicos de terras raras pesadas representam um desafio considerável para a indústria americana. Essas terras raras são mais escassas e difíceis de obter, mas, segundo o CEO, depósitos semelhantes estão sendo desenvolvidos em regiões como o Chile e o Brasil.

Expectativas para a planta da Louisiana

Barúa Costa fez uma previsão ousada sobre o impacto que a nova planta terá na diversificação da cadeia de suprimentos de terras raras fora da China. Ele espera que a instalação possa fornecer 75% das terras raras pesadas necessárias para a indústria de veículos elétricos e outras aplicações, como drones e turbinas eólicas. Essa iniciativa é vista como um passo crucial para reduzir a dependência dos suprimentos chineses.

Sustentabilidade como diferencial

Em resposta a perguntas sobre sua posição no mercado, Barúa Costa enfatizou que o objetivo da Aclara não é substituir totalmente a oferta da China, mas sim oferecer uma alternativa sustentável. Ele destacou que o produto da Aclara se diferenciará pela ênfase na sustentabilidade ambiental e social, apesar de não competir necessariamente em preço com os produtos chineses.

A expectativa é que essa planta não apenas contribua para a independência dos EUA em relação às terras raras, mas também promova práticas mais responsáveis na indústria. A Aclara Resources se posiciona, assim, como uma peça chave nesse novo cenário de suprimentos.

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