CEOs de Wall Street alertam sobre possível queda no mercado

Avaliações elevadas geram preocupações entre líderes financeiros

Presidentes-executivos de Wall Street alertam que os mercados podem estar próximos de uma queda significativa devido a avaliações elevadas.

Em 13 de fevereiro de 2024, em Hong Kong, presidentes-executivos de gigantes de Wall Street, como Morgan Stanley (MS) e Goldman Sachs (GS), alertaram que os mercados de ações podem estar caminhando para uma queda, refletindo a crescente preocupação com as avaliações elevadas das empresas. Os receios de uma bolha de mercado surgem no momento em que o S&P 500 continua sua ascensão meteórica, batendo recordes históricos, evocando memórias do boom da internet no fim dos anos 1990.

“Devemos acolher a possibilidade de haver reduções de 10% a 15% que não sejam impulsionadas por algum tipo de colapso macroeconômico”, disse Ted Pick, CEO do Morgan Stanley, durante a Cúpula Global de Investimentos de Líderes Financeiros. Até o momento, os mercados têm ignorado em grande parte as preocupações com a inflação, as taxas de juros elevadas e a incerteza política decorrente das mudanças no comércio global e a paralisação do governo dos EUA, que já dura cinco semanas.

“Quando esses ciclos acontecem, as coisas podem se manter por um tempo. Mas existem fatores que mudam o sentimento do mercado e provocam quedas — e nenhum de nós é inteligente o suficiente para prevê-los até que de fato ocorram”, afirmou David Solomon, CEO do Goldman Sachs, no mesmo evento. Os principais índices de Wall Street caíam nesta terça-feira, enquanto o VIX, índice de volatilidade da bolsa norte-americana, conhecido como medidor do medo, pairava próximo da máxima em duas semanas.

“Os múltiplos do setor de tecnologia estão saturados”, disse Solomon, acrescentando que o mesmo não se aplica ao mercado em geral. As observações refletem um sentimento crescente entre executivos veteranos de Wall Street, atentos às distorções nas avaliações. No mês passado, Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase (JPM), também havia alertado para o risco elevado de uma correção significativa no mercado de ações dos EUA nos próximos seis meses a dois anos.

O entusiasmo em torno da inteligência artificial (IA) tem levado a comparações com a bolha das empresas ponto-com, à medida que investidores despejam bilhões em companhias de tecnologia. Em setembro, o Citigroup (C) estimou que os gastos com infraestrutura de IA por parte das big techs podem ultrapassar US$ 2,8 trilhões até 2029. O frenesi corporativo também é visível em novos acordos bilionários, como o contrato de sete anos da OpenAI com a Amazon (AMZN), no valor de US$ 38 bilhões.

A bolha das ponto-com no fim dos anos 1990 foi impulsionada por investimentos especulativos, elevando as avaliações de forma insustentável até o colapso em 2000. Mesmo assim, analistas afirmam que o boom atual da IA é diferente, já que as empresas líderes possuem lucros sólidos e negócios sustentáveis. No mês passado, a Nvidia fez história ao se tornar a primeira empresa a atingir valor de mercado de US$ 5 trilhões.

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