Entrevista com André Gouvinhas discute a evolução da empresa e o cenário da renda fixa digital
André Gouvinhas, CFO do Mercado Bitcoin, destaca que a tokenização de ativos já representa 30% dos resultados da empresa, refletindo a transformação do mercado cripto no Brasil.
Na conversa com o CFO André Gouvinhas, realizada em São Paulo, o Mercado Bitcoin (MB) destaca que a tokenização de ativos já responde por 30% de seus resultados. A empresa, que se consolidou como a maior exchange de criptomoedas do Brasil, passou a abrir espaço para a renda fixa digital, atraindo investidores em um cenário de juros elevados.
Transformação do Mercado Bitcoin
Criado em 2013, o Mercado Bitcoin evoluiu de uma plataforma de compra e venda de Bitcoin e altcoins para um dos principais players na tokenização de ativos. Com uma média de 132% do CDI em 2025, a rentabilidade dos produtos digitais tem atraído a atenção de investidores. Gouvinhas destaca que 40% da equipe está focada nessa área, refletindo o crescimento e a demanda por ativos digitais.
Desafios e Oportunidades
Entretanto, a tokenização no Brasil ainda enfrenta barreiras regulatórias. A Resolução CVM 88 impõe restrições sobre quem pode emitir valores mobiliários tokenizados e limita o mercado secundário. Recentemente, a CVM abriu consulta pública para revisar essas regras, o que pode abrir novas oportunidades para o setor. Especialistas acreditam que a mudança pode equilibrar inovação e proteção ao investidor.
Risco de Crédito e Liquidez
Investidores devem estar cientes dos riscos associados à tokenização, como o risco de crédito, que se assemelha a produtos tradicionais como CDBs. Além disso, a falta de um mercado secundário amplo para tokens emitidos via CVM 88 pode complicar a liquidez, exigindo que os investidores considerem a manutenção dos ativos até o vencimento.
A tendência da tokenização no Brasil apresenta um panorama de oportunidades promissoras, mas a superação dos desafios regulatórios será crucial para o seu crescimento.