China adquire soja dos EUA antes de cúpula entre líderes

A estatal Cofco realiza as primeiras compras da safra norte-americana deste ano

A estatal Cofco comprou três carregamentos de soja dos EUA, as primeiras aquisições do país da safra deste ano, antes da cúpula entre Trump e Xi Jinping.

Na semana passada, a estatal chinesa Cofco comprou três carregamentos de soja dos Estados Unidos, as primeiras aquisições do país da safra norte-americana deste ano, pouco antes da cúpula entre os líderes Donald Trump e Xi Jinping. A ação ocorre em meio a uma intensa disputa por tarifas comerciais entre as duas nações, que resultou em bilhões de dólares em vendas perdidas para os agricultores dos EUA, em sua maioria apoiadores de Trump.

Detalhes da compra

Embora o acordo da Cofco, referente a embarques entre dezembro e janeiro, totalizando cerca de 180 mil toneladas métricas de soja, tenha sido a primeira compra em meses, traders não esperam uma retomada significativa na demanda por carregamentos dos EUA. A China, que responde por mais de 60% das importações globais de soja, já concluiu quase todas as reservas de carregamentos do Brasil e da Argentina até novembro, com compras limitadas previstas para dezembro e janeiro, antes da colheita brasileira.

Impactos no mercado

Os futuros de soja na Bolsa de Chicago atingiram o maior nível em 15 meses, recuperando-se das mínimas de cinco anos, impulsionados pela esperança de um acordo comercial entre EUA e China. As sojas dos EUA, que estavam sendo negociadas com forte desconto em relação às cargas brasileiras, se valorizaram e agora estão com preços equivalentes, cerca de US$ 2,45 por bushel acima dos futuros de Chicago.

Expectativas futuras

Apesar das dificuldades, a China pode adquirir cerca de 8 milhões de toneladas de soja dos EUA para suas reservas estratégicas entre dezembro e maio, compras realizadas por estatais como a Sinograin, o que representaria cerca de US$ 4 bilhões em valor. No entanto, compradores privados chineses continuam a preferir a soja brasileira, devido ao seu maior teor de proteína, o que garante um prêmio sobre a soja norte-americana.

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