Projeto global resulta na criação do primeiro genoma sintético completo de levedura
Após 10 anos de pesquisa, cientistas criam o primeiro genoma sintético completo do mundo.
Cientistas alcançam um novo marco com o genoma sintético
Em 12 de dezembro de 2025, pesquisadores anunciaram a criação do primeiro genoma sintético completo do mundo, fruto de 10 anos de pesquisas. Este projeto ambicioso, denominado Sc2.0, desenvolveu os 16 cromossomos da levedura, um fungo unicelular essencial para a fermentação de pão. A inovação é resultado de um esforço colaborativo global, envolvendo cerca de 200 cientistas de mais de 10 instituições. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Nature Biotechnology.
Método inovador e desafios superados
Diferente das abordagens tradicionais, onde genomas existentes são modificados, o Sc2.0 desbravou novas fronteiras ao criar um genoma do zero. Durante o processo, os cientistas seguiram três princípios fundamentais: remover elementos genéticos instáveis, implantar “marcas d’água” moleculares para distinguir partes sintéticas de naturais, e adicionar um sistema de recombinação genética conhecido como SCRaMbLE, que permite reorganizar genes e testar suas funções de maneira ágil.
Os cromossomos foram organizados em blocos com milhares de pares de base, que são cruciais para o armazenamento e a transmissão de informações genéticas. Essa estrutura foi introduzida em células de leveduras vivas, utilizando o mecanismo celular do próprio fungo para integrar as partes sintéticas no local correto.
Impactos futuros na biotecnologia
De acordo com Ian Paulsen, coautor do estudo, completar todos os cromossomos sintéticos permite um avanço na compreensão da função do genoma que antes parecia impossível. O registro dos erros e acertos durante o processo visa criar um manual para futuras tentativas de criação de organismos modificados. A padronização do método entre os laboratórios envolvidos garantiu que todos seguissem os mesmos princípios, facilitando a catalogação de problemas e soluções.
Uma das instituições participantes, a Universidade Macquarie da Austrália, já iniciou pesquisas para desenvolver o primeiro cromossomo sintético de plantas, um desafio que se mostra mais complexo devido às especificidades vegetais.
perspectivas para o futuro da genética
Os pesquisadores afirmam que, no futuro, a ambição é inserir um DNA totalmente sintético em uma única célula. Este momento seria considerado histórico, ampliando a compreensão da biologia que sustenta o meio ambiente, sistemas alimentares e medicamentos. A equipe acredita que a criação de organismos geneticamente modificados mais resistentes às mudanças climáticas é uma das principais aplicações dessa nova tecnologia.
A pesquisa realizada no âmbito do Projeto Genoma Sintético da Levedura promete revolucionar o campo da biotecnologia, oferecendo ferramentas inovadoras para a engenharia genética e novas possibilidades para a medicina e a agricultura. O impacto potencial desta descoberta poderá ser sentido em várias áreas, desde a produção de alimentos até a fabricação de medicamentos personalizados.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: Divulgação/ARC



