Clima e juros: como a agricultura pode influenciar a economia

Entenda como a estabilidade climática pode impactar a redução da Selic

A estabilidade climática pode auxiliar na redução dos juros no Brasil em 2026.

A expectativa de uma produção agrícola estável em 2026, sem a influência de fenômenos climáticos como El Niño e La Niña, pode ser um fator crucial para a redução dos juros no Brasil. Isso se deve à relação direta entre a produção de alimentos e a inflação, que impacta a taxa Selic, atualmente fixada em 15%.

A influência do clima na economia

Os fenômenos climáticos podem ter efeitos devastadores sobre a agricultura, como já foi observado em anos anteriores. Em 2026, a previsão de um clima mais ameno e equilibrado pode favorecer uma safra robusta, garantindo a oferta estável de alimentos e contribuindo para a regularidade dos preços. Essa estabilidade é essencial para que a inflação se mantenha próxima ao centro da meta do Banco Central, que é de 3%.

Historicamente, os produtos alimentícios têm um peso significativo no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o principal indicador da inflação no Brasil. O IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrange uma variedade de categorias, desde alimentação até transporte e habitação.

O cenário atual da inflação

Os dados mais recentes indicam que a inflação acumulada até novembro de 2025 é de 4,46%. Essa taxa ultrapassa o limite de tolerância estabelecido pelo Banco Central, que é de 1,5 ponto percentual acima ou abaixo da meta. A expectativa é que uma safra sem sobressaltos possa ajudar a mitigar os impactos inflacionários, uma vez que os preços dos alimentos são um dos principais responsáveis pelo aumento do índice.

O relatório de Política Monetária do Banco Central, divulgado recentemente, ressalta que a queda na inflação de 2025 foi concentrada em bens industriais e alimentos, refletindo a valorização do real e condições climáticas favoráveis à produção agrícola.

O papel do Banco Central

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Abry Guillen, expressou que o banco espera que o clima não tenha um efeito adverso na produção de alimentos em 2026. No entanto, ele também alertou que a safra do próximo ano pode ser menor do que a de 2025, que foi excepcionalmente alta, resultando em um aumento de 18,2% em relação a 2024.

A previsão do IBGE é que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2026 será de 335,7 milhões de toneladas, uma queda de 2,95% em relação ao ano anterior. Essa expectativa de redução na safra poderia, paradoxalmente, pressionar os preços para cima, dificultando a meta de inflação estabelecida pelo Banco Central.

Perspectivas futuras

O mercado financeiro, através do Boletim Focus, projeta uma inflação de 4,10% para 2026, enquanto o Ministério da Fazenda é um pouco mais otimista, prevendo uma inflação acumulada de 3,5%. A diferença nas expectativas reflete a incerteza sobre o impacto das condições climáticas na agricultura e, por extensão, na economia.

À medida que o Brasil se aproxima de 2026, a intersecção entre clima e economia se torna ainda mais relevante. A estabilidade climática poderá ser um aliado na luta contra a inflação, facilitando uma possível redução nas taxas de juros e permitindo que a economia do país respire um pouco mais aliviada.

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