Clima em Cop30: A ausência de Trump é melhor que um caos estadunidense

The Isla Yarina community along the Napo River during the Yaku Mama (Water Mother

Reflexões sobre a postura dos EUA nas negociações climáticas em Belém, Brasil

A ausência de Trump em Cop30 é vista como um alívio por diplomatas, frente à postura agressiva dos EUA nas negociações climáticas.

A Cop30, que acontece em Belém, Brasil, nesta semana, marca um momento crucial nas negociações climáticas globais. A ausência do presidente dos EUA, Donald Trump, é vista como um alívio por muitos diplomatas. Sob sua liderança, os Estados Unidos têm se afastado do compromisso com a crise climática, promovendo uma agenda que favorece o uso de combustíveis fósseis e questionando a validade de iniciativas ambientais.

Historicamente, a posição dos EUA nas negociações climáticas tem sido ambivalente; no entanto, a atual administração parece estar em uma postura cada vez mais hostil. Com Trump chamando a crise climática de “a maior farsa já perpetrada ao mundo”, sua falta de interesse em participar da Cop30 é recebida com um suspiro de alívio por aqueles que temem que suas intervenções possam prejudicar o progresso.

A ausência de representantes de alto nível do governo dos EUA foi confirmada por um porta-voz da Casa Branca, que afirmou que o presidente não comprometerá a segurança econômica e nacional do país em busca de metas climáticas nebulosas. Essa posição reflete uma mudança significativa em relação a administrações anteriores, que, apesar de suas falhas, ainda mostravam alguma disposição para dialogar.

Durante a última cúpula de líderes, Trump não compareceu, mas sua influência ainda pairou sobre o evento. Líderes de países como Colômbia e Chile criticaram abertamente sua negação da ciência climática. A situação atual é considerada um ponto baixo na política climática dos EUA, que nem mesmo durante a administração de George W. Bush foi tão hostil.

O ex-negociador climático Todd Stern expressou sua preocupação de que a administração atual não só está se afastando do Acordo de Paris, mas também atuando ativamente para obstruir o progresso de outras nações. Sob sua liderança, o governo dos EUA já demonstrou comportamentos agressivos, como no caso de um imposto sobre emissões de navios que foi adiado após pressões e ameaças de representantes americanos.

A reunião em Belém se concentra em estabelecer novas metas de redução de emissões e discutir o financiamento climático, mas sem a participação dos EUA, muitos questionam a eficácia das negociações. Enquanto isso, a determinação de outros países em seguir em frente continua. Mesmo com a postura negativa dos EUA, a transição para uma energia limpa global avança. A Agência Internacional de Energia estimou que o mundo deve construir quase 4.600 gigawatts de energia limpa até 2030.

Os países mais vulneráveis, que sentirão os impactos mais severos da crise climática, estão desesperados por liderança e ação. Ilana Seid, presidente da Aliança de Pequenos Estados Insulares, destacou que a retirada dos EUA do Acordo de Paris deixa um vazio que precisa ser preenchido com urgência. Ela alertou que a indiferença dos países mais poderosos está levando o mundo a se afastar da meta de aquecimento global de 1,5°C.

Embora o governo dos EUA esteja ausente, cerca de 100 governadores e membros do Congresso ainda participarão da Cop30, mostrando que uma parte significativa do país está comprometida em enfrentar a crise climática. O desafio agora é manter a esperança viva e continuar a luta contra a emergência climática que afeta todos os aspectos da sociedade moderna.

O que está em jogo é mais do que apenas a política climática; trata-se do futuro do planeta e das gerações que virão. As decisões tomadas agora, em Belém, poderão definir o curso das políticas climáticas nas próximas décadas. A determinação de enfrentar a crise climática sem a participação dos EUA é um desafio, mas os líderes globais devem continuar a pressionar por soluções eficazes e inclusivas.

Fonte: www.theguardian.com

Fonte: The Isla Yarina community along the Napo River during the Yaku Mama (Water Mother

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