CNI sugere medidas para liberar US$ 1,3 trilhão em financiamento climático

Vista feita de drone, desde a Ilha do Combu, com a cidade de Belém ao fundo, onde ocorre a COP30 • Alex Ferro/COP30

Estudo propõe 24 ações para viabilizar nova meta global de financiamento até 2035

CNI apresentou 24 ações para mobilizar recursos de financiamento climático e alcançar meta de US$ 1,3 trilhão até 2035.

CNI propõe ações para o financiamento climático

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou nesta quinta-feira (13) um estudo intitulado “Nova arquitetura do financiamento climático: mobilização de recursos para mitigação e adaptação”. O documento elenca 24 ações essenciais para viabilizar a nova meta global de financiamento climático, que busca mobilizar até US$ 300 bilhões anuais até 2035, totalizando US$ 1,3 trilhão proveniente de diversas fontes.

Desafios e oportunidades na arquitetura financeira

O estudo analisa os avanços e desafios na arquitetura financeira internacional, enfatizando o papel dos bancos multilaterais e das políticas nacionais voltadas para a transição para uma economia de baixo carbono. A CNI defende que é crucial reformar o sistema financeiro internacional para torná-lo mais acessível e menos custoso, além de fortalecer políticas públicas como a Política Nacional sobre Mudança do Clima e o programa Eco Invest Brasil.

A necessidade de reconfigurar o financiamento

Segundo Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI, para ampliar o financiamento climático, é necessário repensar o sistema financeiro e criar mecanismos que atraiam o setor privado. O estudo revela que, apesar do aumento no financiamento climático global, a distribuição dos recursos ainda é desigual. Entre 2021 e 2022, o financiamento climático alcançou uma média anual de US$ 1,3 trilhão, um aumento de 63% em relação ao período anterior, mas com apenas 11% desse total destinado à adaptação.

Entraves ao financiamento climático

Os principais entraves identificados incluem o alto custo do capital, a volatilidade cambial, o espaço fiscal limitado e a falta de incentivos concretos para projetos climáticos, principalmente em países em desenvolvimento. Para enfrentar essas barreiras, a CNI estruturou suas 24 ações em 11 temas, que vão desde o aprimoramento de políticas climáticas nacionais até a ampliação de seguros climáticos.

Propostas para a mobilização de recursos

O estudo recomenda que os países desenvolvidos mantenham sua liderança na mobilização de recursos, priorizando doações para adaptação e perdas e danos. Entre as propostas estão a criação de modelos customizados de garantia, integração de riscos climáticos em instrumentos de seguro e a expansão de plataformas de liquidez para pequenas e médias empresas.

O potencial do Brasil para captação de recursos

A CNI destaca que o Brasil possui um cenário promissor para captar recursos, com o Fundo Clima apresentando um orçamento recorde de R$ 21,2 bilhões em 2023. Além disso, o país acessa recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e do Fundo Verde para o Clima (GCF). O novo fundo Alterra, lançado na COP28, também pode contribuir com um aporte inicial de US$ 30 bilhões voltado para tecnologias limpas e transição energética.

Conclusão: a importância de marcos regulatórios

Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, enfatiza que o êxito da nova meta global depende de marcos regulatórios adequados, instrumentos financeiros eficientes e incentivos concretos ao setor privado. A CNI propõe um caminho claro para o futuro do financiamento climático, abordando os desafios atuais e as oportunidades de crescimento no Brasil e no mundo.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

Fonte: Vista feita de drone, desde a Ilha do Combu, com a cidade de Belém ao fundo, onde ocorre a COP30 • Alex Ferro/COP30

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