Denúncia do MP-RJ expõe hierarquias e táticas violentas da facção
Denúncia do MP-RJ revela práticas violentas do Comando Vermelho, incluindo torturas e treinamentos armados.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) no dia 28 de setembro, que fundamentou a operação Contenção realizada nos Complexos do Alemão e da Penha, expõe a estrutura interna e os métodos de atuação da facção criminosa Comando Vermelho (CV). O documento detalha práticas de tortura, ostentação de armamentos e dinheiro, além da organização hierárquica da quadrilha.
Números e hierarquias da facção
Segundo a denúncia, 68 pessoas foram formalmente acusadas de integrar a organização. Entre os líderes identificados estão Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca”, e Pedro Paulo Guedes, o “Pedro Bala”, considerados os principais comandantes da facção. Carlos da Costa Neves, o “Gardenal”, e Washington Cesar Braga da Silva, o “Grandão”, atuam como intermediários, repassando ordens diretas e supervisionando a execução das determinações.
Práticas de controle e violência
Mensagens interceptadas pelos investigadores revelam medidas rígidas de controle, inclusive entre os próprios membros da facção. As investigações também apontam para sessões de tortura, com Juan Pedro Malta Ramos Rodrigues, conhecido como “BMW”, coordenando treinamentos com fuzis e atos de violência. Um dos arquivos encontrados em seu celular mostrava uma mulher amarrada em uma banheira com gelo, enquanto outro vídeo mostrava um homem sendo arrastado por um veículo como punição.
Logística e operações
A estrutura de comando do CV inclui gerentes responsáveis pela aquisição de armas e pela administração de esquemas de receptação de veículos roubados. A operação Contenção, considerada a mais letal da história do país, resultou em 121 mortos, todos alvos identificados como criminosos. A ação teve como foco desarticular áreas estratégicas do Comando Vermelho, evidenciando a gravidade da situação nos Complexos do Alemão e Penha.
Essas denúncias e a operação policial destacam a necessidade urgente de uma resposta eficaz ao crime organizado no Rio de Janeiro, refletindo a complexidade e a gravidade da situação enfrentada pelas autoridades.


