Cometa 3I/ATLAS apresenta aumento drástico de brilho

Agencia Espacial Europeia (ESA) NYT

Cientistas observam mudanças significativas na luminosidade do cometa

O cometa 3I/ATLAS apresenta aumento no brilho, atingindo magnitude 9. A aproximação ao Sol ocorreu em 29 de outubro.

Astrônomos registraram um aumento significativo no brilho do cometa interestelar 3I/ATLAS entre setembro e outubro de 2025, com o objeto aproximando-se do periélio em 29 de outubro a 1,36 unidade astronômica do Sol. Durante a conjunção solar, quando o cometa ficou atrás do Sol visto da Terra, satélites como STEREO-A, SOHO e GOES-19 capturaram as mudanças.

Aumento da luminosidade

Pesquisadores Qicheng Zhang e Karl Battams calcularam que a luminosidade cresceu inversamente à distância heliocêntrica elevada à potência 7,5, superando em duas vezes o padrão de cometas da Nuvem de Oort. O brilho alcançou magnitude 9, sendo visível em telescópios amadores menores. A distância inicial do cometa era de 2 UA em meados de setembro, reduzindo para 1,36 UA no final de outubro.

Características do cometa

Imagens do coronógrafo CCOR-1 no GOES-19 mostraram uma coma de quatro minutos de arco, confirmando a sublimação intensa de gelos superficiais. O núcleo do cometa expeliu material ao aquecer-se, formando um envelope brilhante com uma cor mais azul que a luz solar. Emissões gasosas dominaram o brilho visível, diferentemente da poeira avermelhada observada anteriormente. Moléculas como cianogênio e amônia contribuíram para o tom observado.

Observações futuras

O 3I/ATLAS emerge da conjunção solar a partir de 3 de novembro e se posiciona na constelação de Virgem antes do amanhecer. O brilho deve estabilizar entre 11 e 12 até dezembro, com observadores utilizando telescópios de 200 mm ou maiores. Cálculos orbitais indicam que o cometa fará uma aproximação mínima à Terra em 19 de dezembro, a 1,8 UA, sem risco de colisão.

Contribuições científicas

A taxa de brilho e a coloração azul do cometa exigem revisões na química cometária, e a composição inclui dióxido de carbono elevado e vapor de água. Dados coletados serão essenciais para entender a formação planetária em sistemas distantes. A Rede IAWN coordena o rastreamento do cometa até janeiro de 2026, e a Agência Espacial Europeia utilizará a missão JUICE para registrar a composição do 3I/ATLAS após o periélio.

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