Objetos celestes como 3I/Atlas desafiam as leis gravitacionais do Sistema Solar
A cometa 3I/Atlas alcançou 57 km/s e escapou da gravidade solar, desafiando as leis da física.
Cometa interstelar 3I/Atlas atinge velocidade recorde de 57 km/s
A cometa interstelar 3I/Atlas, descoberta em julho de 2025 pelo telescópio ATLAS no Chile, atravessou o Sistema Solar a uma notável velocidade de 57 km/s, superando a velocidade de fuga do Sol. Este evento marcado pela astronomia ocorreu no final de outubro de 2025, o que possibilitou um monitoramento intensivo por agências como a NASA e a ESA. A trajetória hiperbólica da cometa impede sua captura gravitacional, confirmando sua natureza interstelar.
Características e trajetória da cometa 3I/Atlas
3I/Atlas foi classificada como um visitante de outro sistema estelar devido à sua alta velocidade inicial, que é superior ao limite de ligação gravitacional local. O fenômeno ocorreu em uma região entre 1,4 e 4,5 unidades astronômicas do Sol, permitindo observações detalhadas sem riscos para a Terra. A velocidade hiperbólica registrada é a mais alta entre as cometas interstelares conhecidas, superando os 33 km/s de 2I/Borisov e os 26 km/s de 1I/Oumuamua. A cometa tem uma excentricidade superior a 6, garantindo que ela escape do Sistema Solar após o perielio em 29 de outubro de 2025.
Observações e análises espectroscópicas
Os dados coletados por telescópios em diferentes localizações, incluindo Cile, Arizona e Hawaii, indicam que a cometa 3I/Atlas possui uma cauda de aproximadamente 3 segundos de arco e uma chioma estável sem flutuações significativas até agosto de 2025. As análises preliminares mostram uma composição rica em anidrido carbônico, diferenciando-a das cometas locais. Observações do telescópio espacial Hubble revelaram granulações de poeira em uma chioma com coloração avermelhada, que pode ser atribuída a compostos orgânicos irradiados, semelhante ao perfil de asteroides do tipo D.
Dimensões e origens da cometa
O núcleo da cometa é estimado entre 320 metros e 5,6 km de diâmetro, apresentando uma crosta formada por bilhões de anos de radiação cósmica. Estudos preliminares sugerem uma idade potencial de até 7 bilhões de anos, o que é superior à idade do Sistema Solar, indicando uma exposição prolongada dentro do disco da Via Láctea. O monitoramento contínuo começou a 4,5 unidades astronômicas, com dados que remontam a junho de 2025, possibilitando um acompanhamento detalhado.
Comparação com outras cometas interstelares
A cometa 3I/Atlas, com sua velocidade de 57 km/s, se destaca ao lado de 1I/Oumuamua e 2I/Borisov. Enquanto Oumuamua apresentou uma aceleração não gravitacional sem coma visível, Borisov teve um comportamento ativo com uma rica composição orgânica. A diferença nas características sugere diversos mecanismos de expulsão nos sistemas exoplanetários, como interações gravitacionais ou explosões estelares. A dimensão estimada da 3I/Atlas, variando de 1 a 10 km, contrasta com os 400 metros de Oumuamua, ampliando o espectro de objetos interstelares conhecidos.
Conclusão e futuras observações
Os telescópios em solo continuarão a seguir a cometa 3I/Atlas até novembro de 2025, quando a magnitude será de 14,7, visível em instrumentos com abertura de 20 cm. A missão Juice da ESA está a caminho para realizar observações adicionais, coletando dados sobre vapor d’água e poeira. O perielio da cometa em relação à Terra ocorrerá em 19 de dezembro de 2025, a uma distância segura de 270 milhões de km. Em março de 2026, a cometa cruzará a órbita de Júpiter, afastando-se definitivamente do nosso Sistema Solar em meados de 2027.
Fonte: www.mixvale.com.br
Fonte: Frank Niebling / Osservatorio PixelSkies (Spagna)