Cometa interstelar 3I/ATLAS surpreende astrônomos com dados inéditos

Nazarii_Neshcherenskyi/Shutterstock.com

A trajetória e características da cometa 3I/ATLAS intrigam cientistas

O cometa interstelar 3I/ATLAS, descoberto em julho de 2025, revela dados sobre sua origem e características.

Cometa interstelar 3I/ATLAS atravessa o sistema solar

O cometa interstelar 3I/ATLAS, descoberto em julho de 2025, está atualmente atravessando o sistema solar e intrigando astrônomos com dados sem precedentes. Este é o terceiro objeto conhecido de origem externa ao sistema solar, e foi identificado pelo telescópio ATLAS no Chile. A trajetória hiperbólica da cometa confirma que ela se origina de fora do nosso sistema, possivelmente da constelação de Sagitário.

Características e trajetória da cometa

A cometa 3I/ATLAS alcançou seu ponto mais próximo do Sol em 30 de outubro de 2025, quando se encontrava a 1,4 unidades astronômicas, na órbita de Marte. Não há riscos para a Terra, pois sua aproximação mínima ocorrerá em dezembro, a uma distância de 1,8 unidades astronômicas, ou aproximadamente 270 milhões de quilômetros. A velocidade impressionante da cometa, que chega a 137 mil milhas por hora, aumenta à medida que ela se aproxima do Sol, evidenciando seu comportamento típico de cometas.

Observações e descobertas

O telescópio ATLAS, financiado pela NASA, detectou o objeto em 1º de julho de 2025, em Rio Hurtado. Observações anteriores, realizadas em 14 de junho, vieram de registros de telescópios localizados no Havai, na África do Sul e na Califórnia. A designação “3I” refere-se ao terceiro objeto interstelar identificado, após 1I/ʻOumuamua e 2I/Borisov. A análise inicial revelou uma coma vermelha, indicando a presença de poeira e atividade comética.

Acompanhamento por telescópios

O telescópio espacial Hubble capturou uma imagem da cometa em 21 de julho de 2025, a 277 milhões de quilômetros da Terra. Esta imagem demonstrou um núcleo gelado cercado por um halo de poeira, com estrelas ao fundo parecendo borradas devido ao movimento. Estimativas indicam que o diâmetro do núcleo da cometa varia entre 440 metros e 5,6 quilômetros, com dados sendo continuamente refinados.

Desde julho, várias sondas da NASA têm coletado informações sobre o 3I/ATLAS. O Hubble tem fornecido imagens e medições de tamanho, enquanto o James Webb analisou o espectro da cometa em agosto, detectando a presença de CO2, água, CO e gelo. O TESS começou a monitorar a atividade da cometa em maio de 2025, a 6,4 unidades astronômicas do Sol.

Análise de dados e implicações

Os astrônomos também utilizaram o radiotelescópio MeerKAT, na África do Sul, para detectar sinais da cometa em 24 de outubro de 2025. As linhas de absorção dos radicais hidroxilas indicaram a presença de uma coma gasosa resultante da sublimação da gelo. Essa detecção ocorreu nas proximidades do periélio, confirmando que 3I/ATLAS é um corpo natural e não apresenta evidências de uma origem artificial, apesar das especulações iniciais.

No dia 10 de novembro de 2025, o observatório StarFront registrou um vídeo da cometa após sua passagem próxima a Vênus em 3 de novembro. A análise fotométrica revelou um núcleo luminoso estável, sem fragmentação, com um ciclo de rotação de 16 horas, e uma modulação de luminosidade que se manteve em 97% de estabilidade.

Perspectivas futuras e conclusões

O 3I/ATLAS irá cruzar o plano orbital no dia 19 de novembro e se aproximará da Terra a uma distância de 0,24 unidades astronômicas em 19 de dezembro. O telescópio James Webb já identificou a presença de dióxido de carbono e monóxido de carbono em sua atmosfera, além de traços de sulfureto de carbonila e gelo de água. Vapores de níquel também foram detectados, sugerindo uma idade maior que a do sistema solar, que é de 3 a 11 bilhões de anos.

Estudos iniciais indicam que a cometa possui uma crosta espessa, alterada por viagens interestelares, mas que ainda preserva vestígios de seu sistema natal. A cor avermelhada da coma, semelhante à observada em 2I/Borisov, sugere a presença de poeira orgânica e uma evolução cósmica. As missões da ESA, como Mars Express e ExoMars Trace Gas Orbiter, também contribuíram com espectros em outubro.

A cometa 3I/ATLAS será visível novamente em dezembro de 2025, atravessando as constelações da Virgem e do Leão, apresentando uma magnitude superior a 12. Telescópios com abertura de pelo menos 20 centímetros poderão detectá-la, embora seja necessário um suporte para garantir estabilidade durante as observações. As atualizações da NASA e da ESA fornecerão horários precisos, com monitoramento contínuo até sua saída do sistema solar. Este evento único oferece uma oportunidade ímpar para estudar a dinâmica interstelar antes que a cometa siga seu caminho definitivo.

Fonte: www.mixvale.com.br

Fonte: Nazarii_Neshcherenskyi/Shutterstock.com

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