Entenda as estratégias e desafios do monitoramento de tornados no Brasil
Descubra como o Brasil realiza o monitoramento de tornados e os desafios enfrentados.
Monitoramento de tornados no Brasil
No Brasil, o monitoramento de tornados e eventos climáticos severos é essencial, especialmente após a devastação causada pelo tornado em Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, em 7 de novembro. Este fenómeno, classificado como F3 na escala Fujita, atingiu ventos de até 330 km/h e resultou em tragédia, com ao menos cinco mortes e mais de 400 feridos. O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) registrou também a ocorrência de outros tornados nas cidades de Turvo e Guarapuava.
A tecnologia envolvida no monitoramento
O Brasil conta com uma rede de estações meteorológicas que registram dados sobre umidade, temperatura e precipitação. Esses dados são analisados por softwares de modelagem que ajudam a prever tendências climáticas. Contudo, a abrangência territorial e a falta de investimento dificultam a precisão dos alertas. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é uma das instituições que desempenha um papel central nesse monitoramento, mas ainda existem limitações significativas.
Desafios na comunicação e alerta
A eficácia dos sistemas de alerta da Defesa Civil é uma preocupação constante. Atualmente, as principais formas de avisar a população sobre a iminência de tornados são mensagens de SMS e comunicados em televisão. No entanto, a estrutura municipal de alerta e os treinamentos para resposta a desastres ainda são incipientes, o que pode agravar a situação durante eventos extremos. A meteorologista Andrea Ramos sugere uma modernização na rede de radares Doppler, especialmente nas regiões mais vulneráveis, para melhor detectar as características dos fenômenos em tempo real.
A relação entre mudanças climáticas e tornados
As mudanças climáticas globais têm alterado os padrões climáticos, impactando a frequência e intensidade dos fenômenos meteorológicos. Segundo especialistas, o Brasil, especialmente a região Sul, está situado no Corredor de Tornados da América do Sul, onde as condições climáticas são propícias para a formação de supercélulas que podem gerar tornados. O contraste entre ar frio e quente é fundamental para a criação de cisalhamento do vento, condição essencial para o desenvolvimento de tempestades intensas.
Futuro do monitoramento de tornados no Brasil
Para melhorar o monitoramento e a previsão de tornados, é crucial expandir e modernizar a tecnologia existente, incluindo a adoção de novos supercomputadores para rodar modelos de previsão mais precisos. A integração entre órgãos de pesquisa e defesa civil também é vital para garantir uma resposta eficaz a esses desastres. Com a frequência crescente de eventos climáticos severos, a necessidade de um sistema de monitoramento robusto e eficaz é mais urgente do que nunca.
Fonte: www.metropoles.com