Quando o feminismo se entrelaçou ao marxismo, sobretudo a partir do século XX, consolidou-se uma ideologia que tinha como meta explícita desconstruir a família tradicional e transferir suas funções ao Estado. Para os teóricos marxistas, a família era um obstáculo à revolução: preservava valores como moralidade, religiosidade, tradição, lealdade e herança cultural. Assim, era vista não como espaço de afeto, mas como instrumento de opressão.
Alexandra Kollontai, expoente do feminismo revolucionário russo, afirmava que a maternidade era uma prisão e que o lar equivalia à escravidão. Defendia que os filhos fossem criados em creches estatais, para que a mulher fosse “liberta” do lar e totalmente absorvida pela vida pública e pelo trabalho. Essa visão estava alinhada ao que Engels já havia escrito em A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, ao sugerir que a dissolução da família seria condição necessária para o triunfo do socialismo.
Efeitos negativos na família
Essa ideologia não ficou no campo da teoria: seus reflexos se espalharam pela sociedade, trazendo efeitos concretos e profundos.
Enfraquecimento dos vínculos familiares: ao transferir ao Estado a educação das crianças, rompe-se o elo natural entre pais e filhos, substituindo amor e cuidado por estruturas frias e burocráticas.
Desvalorização da maternidade: o maior dom feminino, gerar e educar vidas, passou a ser tratado como fardo a ser eliminado.
Crianças sem referências sólidas: ao perder o lar como núcleo afetivo e moral, formou-se uma geração mais vulnerável a ideologias, menos enraizada em tradições e com menor estabilidade emocional.
Efeitos negativos nas mulheres
O discurso de libertação revelou-se uma nova forma de aprisionamento:
Sobrecarga dupla: muitas mulheres passaram a carregar a pressão de se dedicar integralmente ao trabalho sem deixar de responder pelo lar, tornando-se mais sobrecarregadas do que antes.
Perda da escolha real: a promessa de liberdade se converteu em imposição. Ser esposa e mãe passou a ser rotulado como atraso, em vez de reconhecido como vocação legítima e digna.
Dependência do Estado: em vez de independência, cresceu a tutela estatal. Mulheres passaram a depender de auxílios e políticas públicas, trocando a segurança da família pela fragilidade de um governo sempre sujeito a interesses de ocasião.
Minha visão como conservadora
Sob a ótica conservadora, a família é a célula vital da sociedade: fonte de identidade, moralidade, proteção e continuidade cultural. É no lar que se aprendem virtudes como lealdade, generosidade e responsabilidade. Longe de ser espaço de opressão, a família é um ambiente de complementaridade, em que homem e mulher se unem em amor para gerar estabilidade e força comunitária.
O projeto marxista-feminista subverteu essa ordem natural, transformando a mulher em alguém em guerra com a própria essência. O resultado foi uma sociedade mais fragmentada, famílias fragilizadas e mulheres mais infelizes, não mais livres.
– Daiany Schmidt