Novo estudo explica os mecanismos por trás das ondas impressionantes.

Pesquisadores revelam como as ondas gigantes se formam no Mar do Norte, desmistificando teorias anteriores.
Um mistério marítimo finalmente foi resolvido por pesquisadores internacionais. Após uma vasta análise de registros de ondas no Mar do Norte, os cientistas descobriram que as ondas gigantes na região se formam através de dois mecanismos: o foco linear e as não linearidades de segunda ordem.
Mecanismos de formação de ondas gigantes
Anteriormente, a teoria dominante para a formação de ondas gigantes na região era a instabilidade modulacional. Esta explicação dizia que pequenas variações no tempo e espaçamento entre as ondas concentravam energia em uma única onda, formando a onda gigante. No entanto, os pesquisadores não encontraram evidências robustas para essa teoria. Em vez disso, descobriram que as ondas eram formadas por dois mecanismos mais simples.
O foco linear
O foco linear ocorre quando ondas que viajam em direções e velocidades distintas se alinham em um mesmo ponto e tempo, formando uma crista mais alta do que o normal. Este fenômeno pode ser observado em diversas condições marítimas e é um dos principais responsáveis pela formação das ondas gigantes.
Não linearidades de segunda ordem
As não linearidades de segunda ordem causam alterações no formato da onda, deixando o topo mais alto e o fundo mais achatado. Quando combinados, esses efeitos podem aumentar a altura final da onda em 15% a 20%. O professor Francisco Fedele, da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Geórgia, afirma que as ondas gigantes, embora extremas, são explicáveis e seguem ordens naturais do oceano.
Implicações para a previsão de ondas
O estudo ressalta que muitos modelos de previsão ainda tratam as ondas gigantes como imprevisíveis. No entanto, os pesquisadores identificaram um padrão natural reconhecível, que eles classificam como uma “impressão digital” da onda. Essa descoberta é crucial para melhorar a compreensão e a previsão de riscos marítimos.
Atualmente, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) utiliza o modelo dos cientistas para prever onde e quando ondas gigantes podem ocorrer. O foco da equipe de Fedele é treinar algoritmos para identificar combinações sutis entre altura, direção e tempo, aprimorando a precisão das previsões de ondas gigantes.