Análise detalha alta taxa de CO2 em comparação com cometas do sistema solar
O telescópio James Webb revela que o cometa 3I/Atlas tem uma alta taxa de CO2, muito superior aos cometas do sistema solar.
Em novembro de 2025, o telescópio James Webb revelou uma composição química diferenciada no cometa 3I/Atlas. O objeto apresenta uma proporção de dióxido de carbono para água de 7,6, que é 4,5 vezes superior ao que foi observado em cometas do sistema solar. Essas características são resultado de uma exposição prolongada a raios cósmicos galácticos ao longo de bilhões de anos.
Análise e descobertas
Pesquisadores utilizaram o instrumento NIRSpec para examinar a coma do cometa. Observações adicionais foram realizadas pela missão SPHEREx da NASA. Simulações computacionais e experimentos laboratoriais confirmaram as alterações químicas detectadas, com uma proporção de CO2/H2O de 7,6 ± 0,3 e CO/H2O de 1,65. A profundidade afetada na superfície do cometa chega a até 20 metros.
Trajetória do cometa
O 3I/Atlas, que segue uma trajetória hiperbólica, passou pelo periélio recentemente. Em novembro de 2025, o cometa encontra-se além da órbita de Marte e alcançará a distância mínima da Terra em 19 de dezembro, a 270 milhões de quilômetros. Observatórios no Arizona registraram imagens iniciais no final de outubro, e a trajetória do cometa cruzará a órbita de Júpiter em março de 2026. A missão Juice, em rota para o planeta gasoso, começará suas observações em novembro.
Efeitos de raios cósmicos
Os raios cósmicos galácticos têm bombardeado o cometa por bilhões de anos, alterando até 20 metros de profundidade na sua superfície. Esse processo transforma o monóxido de carbono em dióxido de carbono, e os experimentos em laboratório confirmam essa alteração química. A crosta externa do cometa forma uma camada rica em CO2 e material refratário, enquanto o núcleo interno permanece preservado como um núcleo primitivo.
Comparações com outros cometas
O cometa 3I/Atlas apresenta características distintas em comparação ao 2I/Borisov e ao 1I/’Oumuamua. O primeiro possui níveis mais altos de CO2, enquanto o 2I/Borisov exibe proporções mais próximas às dos cometas do sistema solar. O 1I/’Oumuamua, por outro lado, não mostrou atividade cometária visível.
Oportunidade de pesquisa
As novas sessões de observação com o James Webb ocorrerão até março de 2026, com o instrumento MIRI focando no infravermelho médio. A missão Juice monitorará o cometa durante sua passagem por Júpiter, e os pesquisadores esperam medir variações na taxa de sublimação. Esses dados serão essenciais para validar modelos de intemperismo cósmico. O cometa 3I/Atlas representa uma oportunidade única para análises, permitindo múltiplas observações que aprimoram a compreensão da evolução cometária.