Confiança do Consumidor Brasileiro Recua em Agosto Refletindo Incertezas Econômicas

A confiança do consumidor brasileiro demonstrou nova retração em agosto, sinalizando um cenário de cautela e apreensão em relação ao futuro da economia. Dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (25) revelam uma deterioração nas expectativas, impactando o Índice de Confiança do Consumidor (ICC).

O ICC da FGV registrou uma queda de 0,5 ponto, atingindo 86,2 pontos no mês. De acordo com Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE, “a confiança do consumidor tem oscilado dentro de uma estreita faixa nos últimos três meses, sem sinalizar uma tendência clara de melhora ou piora da confiança, mas uma manutenção do indicador em níveis desfavoráveis”. Essa estagnação sugere uma persistente insegurança em relação ao cenário econômico.

O principal fator que influenciou o resultado de agosto foi o recuo de 1,3 ponto no Índice de Expectativas (IE), que se situou em 88,1 pontos. Dentro do IE, o indicador de situação econômica local futura apresentou queda pelo terceiro mês consecutivo, atingindo 97,7 pontos. A situação financeira futura das famílias também apresentou recuo, alcançando o menor nível desde setembro de 2021.

“Esses resultados sugerem um quadro de cautela e preocupação com o futuro, tendo em vista, principalmente, os altos níveis de endividamento e inadimplência das famílias”, complementou Gouveia. A economista destaca que o endividamento elevado é um fator determinante para a percepção negativa dos consumidores.

Em contrapartida, o Índice de Situação Atual (ISA) apresentou um leve aumento de 1,1 ponto, alcançando 84,5 pontos. Esse é o segundo aumento consecutivo do indicador, impulsionado pela melhora na percepção da situação financeira atual das famílias, que subiu 2,6 pontos, para 75,4 pontos. Apesar desse leve otimismo no presente, as incertezas futuras ainda pesam sobre a confiança geral.

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