Encontro entre Netanyahu e Trump pode intensificar tensões no Oriente Médio.
Netanyahu busca intensificar ações militares contra o Irã, desafiando as prioridades de Trump.
Conflito Israel-Irã em foco
A tensão entre Israel e Irã está em alta, com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu pressionando por ações militares em um momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, busca uma abordagem mais diplomática para o Oriente Médio. Netanyahu, que há décadas alerta sobre a ameaça que o Irã representa, se prepara para se encontrar com Trump em Mar-a-Lago, onde discutirá a situação crítica em relação ao programa de mísseis iraniano.
A tensão crescente entre os dois países
Desde o início de sua administração, Trump tem enfatizado a importância de estabelecer laços de paz entre Israel e os estados árabes, ao mesmo tempo em que tenta reduzir a presença militar dos EUA no Oriente Médio. No entanto, a insistência de Netanyahu em uma abordagem militar pode provocar um choque direto com os objetivos de Trump, que busca estabilizar a região sem envolver os EUA em novos conflitos.
Analistas indicam que a mudança de foco de Netanyahu – de um discurso sobre o programa nuclear iraniano para o programa de mísseis – pode ser uma estratégia para manter a pressão sobre Teerã, especialmente após a declaração de Trump de que a ameaça nuclear foi neutralizada com os ataques aéreos realizados em junho. Essa mudança, no entanto, é vista como uma tentativa de Israel de manter sua hegemonia na região diante de um cenário global e interno em transformação.
A posição dos EUA e o papel de Netanyahu
Trump, que se apresenta como um pacificador, tem promovido uma narrativa onde os conflitos no Oriente Médio estão diminuindo, o que contrasta com as aspirações de Netanyahu de um envolvimento militar contínuo. As declarações de Trump sobre a paz no Oriente Médio e a nova estratégia de segurança nacional de seu governo indicam uma intenção de reduzir o foco militar dos EUA na região, um aspecto que Netanyahu parece ignorar em sua busca por mais apoio militar e ações contra o Irã.
Setores do governo israelense, junto com aliados nos Estados Unidos, têm reiterado a necessidade de uma abordagem mais agressiva em relação ao Irã, considerando a recuperação do programa de mísseis iraniano. Essa pressão por um ataque militar é amplamente apoiada por figuras influentes no Congresso dos EUA, que tradicionalmente têm defendido uma postura mais dura em relação a Teerã.
O impacto das eleições em 2026
À medida que as eleições de meio de mandato se aproximam, as decisões de Trump em relação ao Irã podem influenciar não apenas sua popularidade, mas também a dinâmica política dentro do Partido Republicano. O fortalecimento do movimento America First, que se opõe a intervenções militares, pode limitar a capacidade de Trump de se comprometer com novas ações militares no exterior. As vozes contra a guerra, mesmo entre os apoiadores tradicionais de Israel, podem complicar ainda mais essa situação.
Analistas acreditam que, se Netanyahu não conseguir alinhar suas prioridades com a estratégia de Trump, a relação entre os dois líderes poderá se deteriorar, com consequências significativas para a segurança no Oriente Médio. A pressão por uma guerra prolongada contra o Irã pode não apenas desviar a atenção dos problemas internos dos EUA, mas também provocar uma escalada do conflito que poderia ter ramificações globais.
A dinâmica entre Netanyahu e Trump, portanto, é um reflexo das tensões mais amplas entre as prioridades de segurança de Israel e a estratégia diplomática dos Estados Unidos, que ainda está se moldando em um cenário internacional em constante mudança.
Fonte: www.aljazeera.com
Fonte: by Chip Somodevilla/Getty Images