Conflitos na COP30: mais de 30 países contestam proposta do Brasil

Acordo do Brasil na COP30 enfrenta resistência internacional e incêndio atrapalha negociações

Mais de 30 países criticam projeto de acordo do Brasil na COP30, pedindo mudanças urgentes.

A COP30 e a resistência internacional

A Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, conhecida como COP30, tem sido marcada por intensas negociações em Belém, onde mais de 30 países manifestaram sua insatisfação com a proposta de acordo apresentada pela presidência brasileira. O foco principal dessa insatisfação reside na ausência de um roteiro claro para a transição das energias fósseis, uma questão de grande relevância para o futuro do planeta. Entre os países que assinaram uma carta de contestação estão Colômbia, França, Reino Unido e Alemanha, que alegam que a proposta atual não atende às condições mínimas para um resultado crível nesta conferência.

Impacto do incêndio nas negociações

Na quinta-feira (20/11), um incêndio que ocorreu nas instalações da conferência interrompeu as discussões oficiais, complicando ainda mais a já delicada situação. As negociações foram suspensas durante a tarde, e apenas após verificações de segurança os diplomatas puderam retornar ao local. O incêndio destacou a fragilidade do processo de negociações, que se encontra sob pressão tanto interna quanto externa. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, indicou que a COP30 pode se estender além do prazo oficial, enfatizando que o objetivo é alcançar resultados eficazes, não apenas cumprir cronogramas.

Dificuldades para alcançar um consenso

A proposta de acordo apresentada pelo Brasil, que não menciona os combustíveis fósseis, foi criticada por sua falta de ambição. Os países participantes expressaram preocupações sobre a viabilidade de chegar a um consenso, especialmente com a resistência de nações fortemente dependentes desses combustíveis, como os países do Golfo e algumas nações africanas. O clima de incerteza se intensificou com a revelação de que a menção a um plano de redução da dependência de combustíveis fósseis havia sido retirada do documento final, o que levantou dúvidas sobre a seriedade da presidência brasileira em abordar esse tema crucial.

O papel do Brasil nas negociações

O presidente da conferência, André Corrêa do Lago, reconheceu a dificuldade das negociações e a necessidade de abordar as preocupações levantadas pelas nações participantes. Em entrevista, ele afirmou que mais de 80 países se opõem à inclusão de medidas sobre combustíveis fósseis no texto final, mas ressaltou que a discussão sobre o tema já teve um impacto significativo nas negociações. A pressão por um acordo que atenda tanto às necessidades de financiamento dos países em desenvolvimento quanto às exigências de transparência dos países desenvolvidos continua a ser um desafio central na COP30.

Expectativas para o futuro da COP30

A expectativa é de que as negociações continuem nas próximas horas, com os diplomatas buscando um entendimento que possa levar a um acordo satisfatório. Marina Silva destacou a importância de garantir recursos para os países mais vulneráveis, enquanto se busca uma solução para a mitigação das mudanças climáticas. A COP30 pode ser um marco na luta contra a mudança climática, mas a maneira como as negociações se desenrolarem nas próximas horas será crucial para determinar seu sucesso.

A possibilidade de uma extensão das negociações é real, e a comunidade internacional observa atentamente as discussões em Belém. O resultado dessas conversas não apenas impactará as políticas climáticas globais, mas também refletirá a capacidade dos países de trabalharem juntos em um momento de crise climática sem precedentes.

Fonte: www.metropoles.com

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