Um ataque que causou a morte de sobreviventes levanta questões legais e éticas
Militares dos EUA enfrentam críticas após ataque que resultou na morte de sobreviventes.
Ataque militar dos EUA suscitou críticas após morte de sobreviventes
Em 2 de setembro de 2025, o governo dos EUA, sob a administração do presidente Donald Trump, lançou um ataque militar no Caribe, atingindo uma embarcação que, segundo alegações, transportava drogas. Este ataque, parte da Operação Southern Spear, foi inicialmente destinado a desmantelar redes de tráfico de drogas. No entanto, o que deveria ser uma operação de combate ao narcotráfico rapidamente se transformou em um ponto de controvérsia, especialmente após a morte de dois sobreviventes de um primeiro ataque.
Decisões questionáveis no comando das operações
Após a destruição da embarcação e a morte de nove pessoas no primeiro ataque, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, foi acusado de emitir uma ordem verbal que visava eliminar todos a bordo, incluindo os sobreviventes. O comandante da missão, almirante Frank Bradley, seguiu o que foi descrito como uma ordem para um segundo ataque, resultando na morte dos dois homens que ainda se encontravam vivos, flutuando nos destroços da embarcação.
Críticas e investigações em andamento
especialistas em direito militar e legisladores têm questionado a legalidade do segundo ataque. Chamado de “double tap strike” no jargão militar, o ataque que resulta na morte de sobreviventes é considerado ilegal por diversos analistas. Críticos, inclusive alguns membros da ala republicana, têm exigido investigações detalhadas para esclarecer as circunstâncias que levaram a essa operação, com o Comitê de Serviços Armados do Senado prometendo uma fiscalização rigorosa.
Defesa da operação pelas autoridades dos EUA
Hegseth, em resposta às críticas, denominou as alegações como “fake news”, defendendo que todos os ataques foram realizados em conformidade com a lei de conflito armado. Ele argumentou que o foco da operação era desarticular grupos de narcotraficantes que, segundo ele, estão envenenando a sociedade americana. A Casa Branca, por sua vez, afirmou que o ataque foi realizado para proteger interesses vitais dos EUA, justificando a ação como autodefesa em águas internacionais.
Implicações legais do ataque
A legalidade do ataque e do uso de força em relação a indivíduos que não representam uma ameaça imediata está sendo questionada. Alguns especialistas afirmam que, ao atacar indivíduos que já não são uma ameaça e que estavam em uma situação vulnerável, a administração Trump pode ter violado normas internacionais, como um crime de guerra.
O papel da política na operação militar
Há uma crítica crescente sobre como as operações militares estão sendo usadas dentro de um contexto político mais amplo. O governo dos EUA, por meio da declaração de grupos como Tren de Aragua e o Cartel de los Soles como organizações terroristas, tem utilizado essa narrativa para justificar ações militares mais agressivas. No entanto, informações contraditórias surgem, com agências de inteligência dos EUA contradizendo as afirmações do governo sobre a ligação entre esses grupos e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
O futuro das operações militares na Venezuela
Com o aumento das tensões na região e a pressão internacional, o futuro das operações militares dos EUA na Venezuela e em outras partes do Caribe se torna incerto. A expectativa agora é que as investigações dos comitês possam trazer à tona novos insights sobre as ordens e a legalidade das ações militares, além de determinar as responsabilidades sobre essas operações. A situação continua a evoluir, e a pressão sobre o governo dos EUA aumenta à medida que mais detalhes emergem sobre essas ações controversas.
Fonte: www.aljazeera.com
Fonte: US Special Operations Command