O secretário-executivo do Ministério da Fazenda destaca impacto da Selic na dívida pública
Dário Durigan destaca que a alta da Selic pressiona a dívida pública no Brasil.
A relação entre juros e dívida pública no Brasil
O impacto das políticas fiscal e monetária tem se tornado um tema central no debate econômico do Brasil, especialmente após os recentes pronunciamentos do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dário Durigan. Em evento realizado na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (11), Durigan enfatizou que a alta dos juros tem contribuído para o aumento da dívida pública, destacando a necessidade de convergência entre as duas políticas para enfrentar os desafios econômicos atuais.
Dificuldades impostas pela Selic elevada
Durante sua fala, Durigan reiterou que o crescimento da dívida pública não é exclusivamente atribuído aos resultados primários do governo, que têm mostrado melhora desde 2023. Segundo ele, o fator mais preponderante para o aumento da dívida é a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, o que eleva o gasto do governo com pagamento de juros. “Hoje, o crescimento da nossa dívida pública não se dá pelo crescimento do déficit primário, mas sim pelo patamar elevado de juros”, afirmou Durigan.
Medidas do Banco Central e inflação
Na noite de quarta-feira (10), o Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, o que era amplamente esperado pelo mercado. No entanto, a autoridade monetária afastou as expectativas de corte de juros a curto prazo, reforçando a ideia de que a manutenção da taxa por um período prolongado é necessária para atingir a meta de inflação de 3%. A dívida pública bruta alcançou 78,6% do PIB em outubro, com um gasto acumulado de R$ 987,2 bilhões em juros nos últimos 12 meses.
Desafios fiscais e o arcabouço fiscal
Dário Durigan também apontou que o governo enfrentará desafios futuros para acomodar o ritmo de crescimento das despesas obrigatórias no novo arcabouço fiscal. Este arcabouço, que limita o crescimento real das despesas do governo e liga a alta dos gastos ao desempenho das receitas, exige uma gestão cuidadosa. O secretário destacou que gastos desproporcionais não são sustentáveis e que um equilíbrio é essencial para um crescimento econômico saudável. “Buscamos um caminho do meio que tem mostrado resultados positivos para o país”, acrescentou Durigan.
A busca pela recomposição da arrecadação
Alinhado com a equipe econômica, Durigan afirmou que o objetivo do governo é buscar uma recomposição da arrecadação e não simplesmente elevar a carga tributária. Ele projetou que o país deve alcançar em 2026 o mesmo nível de receita de 2022, estimado em 18,5% do PIB. A estratégia envolve a criação de um ambiente fiscal estável que permita um crescimento econômico sustentável no longo prazo.
Em um cenário econômico desafiador, a interação entre a política fiscal e monetária será crucial para que o Brasil consiga estabilizar sua dívida pública e garantir um futuro mais equilibrado. O caminho traçado pelo governo requer cautela e uma abordagem colaborativa entre as diferentes áreas da economia.
Fonte: www.moneytimes.com.br
Fonte: Dario Durigan Fazenda Fiscal arcabouço


