A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA) em novembro de 2025, surpreendeu ao vetar a venda de açaí nos restaurantes e quiosques oficiais. A restrição, divulgada em edital da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), responsável pelas contratações, levanta questões sobre a segurança alimentar no evento.
Curiosamente, o açaí estava liberado na COP28, realizada em Dubai em 2023. O próprio governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), chegou a compartilhar um vídeo nas redes sociais saboreando um sorvete de açaí durante o evento, contrastando com a atual proibição.
A justificativa para a proibição é o risco de contaminação do açaí pelo protozoário *Trypanosoma cruzi*, causador da doença de Chagas, caso o fruto não seja devidamente pasteurizado. A medida visa garantir a segurança dos participantes, evitando potenciais problemas de saúde pública.
Além do açaí, outros alimentos típicos da culinária paraense, como tucupi e maniçoba, também foram vetados. A lista inclui ainda maionese caseira, ostras cruas, carnes mal passadas, sucos de fruta in natura e outros itens considerados de risco. O objetivo é evitar a proliferação de bactérias, vírus e parasitas, garantindo a segurança alimentar.
Embora restrinja alguns alimentos tradicionais, o edital da COP30 exige que até 30% dos ingredientes utilizados nos cardápios sejam locais ou sazonais, priorizando produtos orgânicos e sustentáveis. A medida busca valorizar a produção local e promover práticas alimentares mais responsáveis durante o evento.