COP30 exclui fósseis do acordo e Brasil apresenta nova rota

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Após intensas negociações, a conferência de clima em Belém define novos rumos sem combustíveis fósseis.

A COP30, realizada em Belém, excluiu a proposta de abandono de combustíveis fósseis do acordo final, prometendo uma nova rota.

COP30 e a exclusão dos combustíveis fósseis do acordo

A COP30, realizada em Belém, Brasil, teve um desfecho conturbado na noite do último sábado (22/11). Após longas horas de negociações, a conferência de clima da ONU não incluiu a proposta de abandono dos combustíveis fósseis no acordo final. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, expressou a decepção de muitos países e se comprometeu a explorar uma rota alternativa.

Reações e tensões durante as negociações

As emoções estavam à flor da pele na sala de negociações. A sessão que deveria ter começado às 10 horas da manhã atrasou mais de três horas e foi interrompida por protestos de delegações, principalmente da Colômbia, que se sentiu ignorada durante discussões cruciais. A delegada Daniela Durán González criticou a falta de inclusão do termo “transição para longe de combustíveis fósseis” no documento final.

A participação do Brasil e do mundo

O Brasil, que se despediu da COP30, deverá passar a presidência para a Turquia, enquanto a Austrália assumirá a liderança como representantes das nações-ilhas do Pacífico. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia sugerido a inclusão do abandono dos fósseis nas discussões, mas a proposta não avançou. A União Europeia também enfrentou dificuldades para chegar a um consenso, com a França se mostrando relutante em apoiar o acordo.

Avanços e críticas ao acordo final

Embora o acordo final tenha ampliado os fundos para a adaptação climática, muitos consideraram suas propostas insuficientes, especialmente os países em desenvolvimento. Organizações da sociedade civil criticaram a ambiguidade dos compromissos dos países ricos, que condicionaram o financiamento a mecanismos de mercado. “Em vez de consolidar compromissos mensuráveis, os países ricos preservam espaço para a ambiguidade”, avaliou o Instituto Internacional Arayara.

A importância da participação indígena

A COP30 destacou a maior participação indígena da história, com mais de 5 mil representantes dos povos originários presentes. Para os movimentos indígenas, a avaliação foi positiva, especialmente com a menção aos territórios indígenas como medidas de proteção climática. Apesar disso, houve lamentos pela falta de financiamento climático direcionado a essas comunidades. O pacote final também reconheceu afrodescendentes e mulheres como grupos vulneráveis às mudanças climáticas.

Futuro das negociações climáticas

André Corrêa do Lago propôs que, após a COP30, se inicie um trabalho colaborativo entre ciência, sociedade civil e agências de energia para desenvolver trajetórias limpas na produção de energia, uma resposta à falta de consenso sobre a eliminação dos combustíveis fósseis. Essa abordagem será fundamental para os próximos diálogos e para o futuro das políticas climáticas globais.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: Getty Images

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