COP30 impulsiona exigências por métricas ambientais no Brasil

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Transição climática requer dados auditáveis e transparência no setor privado

A COP30 reforçou a necessidade de que metas ambientais sejam auditáveis e baseadas em dados confiáveis no setor privado brasileiro.

A pressão por metas ambientais auditáveis na COP30

A COP30, encerrada em Belém no dia 8 de dezembro de 2025, trouxe um alerta importante para o setor privado brasileiro: as metas ambientais auditáveis são imprescindíveis. Durante a conferência, autoridades, organismos internacionais e investidores enfatizaram que a transição climática só se concretizará com dados confiáveis e metodologias padronizadas. As diretrizes discutidas, embora não tenham estabelecido novas regras, solidificaram uma tendência crescente: a transparência não é mais opcional, mas uma exigência para operar no mercado global.

A exigência de dados confiáveis e auditoria independente

Os debates na COP30 deixaram claro que o cumprimento das metas climáticas requer que as empresas apresentem métricas robustas sobre emissões e uso de recursos. O setor privado agora opera sob a expectativa de que a transparência seja total. Instituições financeiras afirmaram categoricamente que não financiarão empresas que não possam comprovar suas métricas ESG (ambientais, sociais e de governança). Isso significa que, para competir e buscar financiamentos, as empresas precisam de informações que possam ser auditadas de maneira independente.

O greenwashing e suas implicações

De acordo com uma pesquisa global da EY, a percepção sobre o greenwashing se agravou nos últimos anos, com 85% dos investidores consideram que a situação é mais crítica do que há cinco anos. Além disso, 93% dos investidores acreditam que as empresas devem cumprir as metas climáticas que anunciam, independentemente de serem obrigatórias. Essa mudança de postura mostra que a credibilidade das informações socioambientais é essencial, e a falta dela pode resultar em riscos financeiros diretos para as companhias.

O avanço regulatório no Brasil

Nos últimos anos, o Brasil tem tentado alinhar-se a essas novas exigências globais. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou a Resolução CVM 193, que torna obrigatória a divulgação de relatórios de sustentabilidade auditáveis a partir de 2026. Contudo, a realidade é que a pesquisa da Abrasca revelou que 71% das companhias brasileiras de capital aberto ainda não concluíram o diagnóstico inicial para se adequar a essas normas.

Comparações com a União Europeia

Enquanto isso, a União Europeia tem avançado rapidamente, com a Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD) em vigor desde janeiro de 2023. As empresas que operam no mercado europeu precisarão seguir padrões rigorosos na divulgação de relatórios ESG, estabelecendo uma comparação clara entre as práticas de gerenciamento ambiental na UE e no Brasil.

A nova realidade para o setor privado

A expectativa global de que as emissões de carbono sejam reportadas com precisão leva o Brasil a melhorar seus padrões de gestão ambiental. As empresas devem se adaptar às novas exigências, buscando certificações como a ISO 14001, que exige monitoramento contínuo dos impactos ambientais. Essa adaptação se desdobrará em dois lados: a competitividade no mercado interno e a posição nas cadeias globais.

Conclusão

A combinação de pressões da COP30, a demanda crescente por informações auditáveis e a transformação regulatória coloca o setor privado brasileiro em um novo cenário. As metas ambientais não podem ser meras intenções; elas devem ser mensuráveis, auditáveis e alinhadas ao que o mercado global espera. Para permanecer relevante, o setor privado brasileiro deve acompanhar essa evolução, que não é apenas uma questão de conformidade, mas de sobrevivência em um mundo cada vez mais exigente com a sustentabilidade.

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