Conferência do Clima da ONU estabelece novas diretrizes para enfrentar a crise climática
COP30 finaliza com 29 acordos que visam transformar compromissos climáticos em ações concretas para a adaptação e mitigação.
COP30: Um marco na luta contra a crise climática
A Conferência do Clima da ONU (COP30) encerrou suas atividades no Brasil com a aprovação unânime do Pacote de Belém, um conjunto de 29 decisões que têm como objetivo transformar compromissos climáticos em ações concretas. Com a participação de 195 países, o acordo estabelece novos nortes para adaptação, financiamento, justiça climática e a implementação do Acordo de Paris. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, enfatizou que este momento deve ser visto não como o fim de uma conferência, mas como o início de uma década de mudanças necessárias.
Principais acordos do Pacote de Belém
Entre os destaques do Pacote de Belém, os países reafirmaram a necessidade de aumentar significativamente os recursos destinados às nações em desenvolvimento. O documento também conclui o Roteiro de Adaptação de Baku, que orienta os trabalhos para o ciclo 2026–2028. Além disso, indicadores voluntários foram estabelecidos para monitorar o progresso em áreas como água, segurança alimentar, saúde e ecossistemas.
A centralidade das pessoas e a liderança feminina
O acordo reforça a importância de colocar as pessoas no centro das ações climáticas, ampliando a assistência técnica e a cooperação internacional para garantir transições justas e inclusivas. Ele também promove a liderança de mulheres indígenas, afrodescendentes e rurais, além de ampliar o financiamento sensível ao gênero.
Iniciativas para a implementação
O Pacote de Belém traz inovações significativas, como o Acelerador Global de Implementação, que visa apoiar os países na execução de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e Planos Nacionais de Adaptação. A Missão Belém para 1,5°C, por sua vez, reforça a cooperação internacional para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Compromissos financeiros e de saúde
Entre os anúncios mais relevantes estão o FINI (Fostering Investible National Implementation), um mecanismo para tornar os Planos Nacionais de Ação investíveis, com a meta de liberar US$ 1 trilhão em projetos de adaptação nos próximos três anos. O Brasil também anunciou um compromisso de US$ 1,4 bilhão da Fundação Gates para apoiar pequenos agricultores e um Plano de Ação de Saúde de Belém, que conta com US$ 300 milhões destinados ao fortalecimento de sistemas de saúde resilientes ao clima.
Roteiros de Belém até 2026
A Presidência da COP30 apresentou os dois Roteiros de Belém que guiarão as ações até 2026: um focado em Florestas e Clima, que visa a coordenação global para deter e reverter o desmatamento, e outro sobre a Transição dos Combustíveis Fósseis, que aborda desafios fiscais e a expansão de soluções de baixo carbono. Com isso, o Brasil se mantém como presidente da Conferência até novembro de 2026, tendo a responsabilidade de liderar a próxima fase do processo multilateral.
Conclusão
Ao concluir a COP30, o Brasil se destaca como um líder na implementação de ações climáticas, enfatizando a importância de conectar políticas climáticas ao cotidiano das pessoas e acelerar a execução do Acordo de Paris. Com o Pacote de Belém, um novo capítulo se inicia na luta contra as mudanças climáticas, exigindo um compromisso renovado de todas as nações envolvidas.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: Rafa Neddermeyer/COP30 Brasil Amazônia/PR