Medidas visam arrecadar US$ 1,3 trilhão até 2035
A COP30 propõe taxar super-ricos e jatinhos para alcançar US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até 2035.
Em 5 de novembro de 2025, em Belém, a prévia das diretrizes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) sugere a taxação de super-ricos, aviões e moda de luxo para alcançar a meta de financiamento climático. O evento, que começará na próxima segunda-feira (10/11), visa arrecadar US$ 1,3 trilhão até 2035, valor estabelecido na COP29, realizada no Azerbaijão.
Medidas propostas para financiamento
O documento preliminar apresenta diversas sugestões para atingir a meta financeira, incluindo:
- Contribuições orçamentárias diretas: Aporte de 0,7% da Renda Nacional Bruta (RNB) dos países desenvolvidos poderia gerar US$ 197 bilhões.
- Precificação do carbono: Medida que pode arrecadar entre US$ 20 bilhões e 4,9 trilhões.
- Taxas sobre transporte aéreo e marítimo: Espera-se que essa medida gere entre US$ 4 bilhões e 223 bilhões.
- Impostos sobre moda de luxo, tecnologia e produtos militares: Previsão de arrecadação entre US$ 34 bilhões e 112 bilhões.
- Impostos sobre transações financeiras: Focado em mercados desenvolvidos, com potencial de arrecadação de US$ 105 bilhões a US$ 327 bilhões.
- Impostos sobre grandes fortunas: Estimativa de arrecadação entre US$ 200 bilhões e 1,364 trilhão.
Desafios e objetivos do Brasil
Embora essas propostas sejam discutidas na COP30, não há garantia de que serão adotadas. Um dos focos do Brasil é estabelecer mecanismos para financiar o Fundo Tropical das Florestas (TFFF), com uma meta de captação de US$ 10 bilhões até o final do próximo ano, conforme destacou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Até o momento, apenas US$ 2 bilhões foram aportados, sendo US$ 1 bilhão do Brasil e outro US$ 1 bilhão da Indonésia.
Reuniões bilaterais e apoio internacional
Antes da Conferência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com nove representantes internacionais, incluindo o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento e a presidente da Comissão Europeia. Essas reuniões visam impulsionar o financiamento para o TFFF e reforçar a participação do setor privado no processo de renovação climática.
