Coração em Alerta: Entenda a Síndrome que Simula um Infarto Causada por Emoções Fortes

A expressão “coração partido” vai além da dor sentimental. Existe uma condição médica real, a síndrome do coração partido, ou cardiomiopatia de Takotsubo, que mimetiza os sintomas de um ataque cardíaco, porém, sem a obstrução das artérias coronárias. O estresse intenso, seja emocional ou físico, é o principal gatilho desta síndrome surpreendente.

O que torna essa condição tão crucial de ser identificada é a semelhança dos sintomas com um infarto. Dor no peito, falta de ar, palpitações, tontura e alterações no eletrocardiograma são sinais de alerta. A atenção à saúde mental, em conjunto com a saúde cardíaca, tem se mostrado fundamental na prevenção, integrando equilíbrio emocional e hábitos de vida saudáveis.

Embora as mulheres, principalmente após a menopausa, sejam mais suscetíveis, a síndrome pode afetar qualquer pessoa. O cardiologista Daniel Petlik, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que a sobrecarga cardíaca leva a um “espasmo” e disfunção temporária da musculatura do ventrículo esquerdo, simulando um quadro de infarto agudo.

A síndrome de Takotsubo não se restringe a experiências negativas. O cardiologista Gustavo Lenci, dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, destaca a existência do “happy takotsubo”, desencadeada por emoções positivas intensas. Isso demonstra que a intensidade emocional, e não apenas a natureza da emoção, é o fator determinante.

O diagnóstico preciso é fundamental. Exames como o cateterismo cardíaco são cruciais para diferenciar a síndrome do coração partido de um infarto. Enquanto no infarto há obstruções nas artérias coronárias, na síndrome de Takotsubo, observa-se uma alteração temporária na contração do ventrículo esquerdo.

O prognóstico da síndrome do coração partido é geralmente favorável, com a função do ventrículo esquerdo se recuperando em semanas. Adotar hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e atividade física regular, diminui a sensibilidade ao estresse. O acompanhamento cardiológico contínuo e o suporte emocional são elementos-chave para uma recuperação completa.

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