Corte de juros nos EUA deve ser adiado por impasse orçamentário

Will Castro Avenue

Estratégia do Federal Reserve pode ser impactada pelo shutdown do governo

Corte de juros nos EUA pode ser adiado devido a impasse orçamentário, segundo Will Castro da Avenue.

Corte de juros nos EUA deve ser adiado por impasse orçamentárionO corte de juros na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) desta quarta-feira (29) “está dado”, mas o Federal Reserve (Fed) deve se apoiar no shutdown para deixar a decisão de dezembro em aberto, diz o estrategista-chefe da Avenue, Will Castro.nn“Seria uma grande surpresa se o banco central eventualmente não cortasse os juros. Geraria uma reprodução muito grande no mercado”, afirmou em entrevista. A aposta em um novo corte de 0,25 ponto percentual — que levaria a taxa básica do país para o intervalo de 3,75% a 4% — é de 96,7%, segundo o CME FedWatch Tool.nn### Impactos do shutdown no FednCastro acredita que os diretores devem destacar o impacto da paralisação do governo por um impasse para aprovar o orçamento de 2026. O shutdown limita a disponibilidade de dados e dificulta a leitura do cenário econômico. O estrategista ressalta que o Fed deve adotar um tom mais cauteloso na comunicação e na coletiva do presidente Jerome Powell, a fim de conter as expectativas do mercado, que já precifica novos cortes consecutivos.nn### Projeções para a taxa de jurosnAinda assim, Castro espera que o FOMC corte juros em dezembro e considera “pouco provável” a possibilidade do comitê pausar a flexibilização, mesmo diante da falta de dados. Ele estima que o Fed deve encerrar o ciclo por volta de 3,5%, com a possibilidade de apenas mais um ajuste em janeiro de 2026. Castro também não vê a taxa básica abaixo de 3% no atual ciclo de cortes.nn### Cenário econômico e inflaçãonNa última reunião, o FOMC retomou a flexibilização monetária, em meio a sinais de fraqueza no mercado de trabalho. Castro aponta que a dinâmica do mercado de trabalho ainda reflete um “choque temporário” por mudanças migratórias, mas a economia continua crescendo, e o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deve vir forte, perto de 3%. Em relação à inflação, os preços ainda preocupam, mas a alta no setor de moradia já dá sinais de arrefecimento. Castro destaca que a atenção deve permanecer sobre os preços de serviços, que seguem pressionados.nnO tema da sucessão de Powell também deve ganhar força nos próximos meses, mas sem gerar impactos imediatos sobre a política monetária. Castro conclui que essa incerteza faz parte do processo de transição no banco central norte-americano.

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