CPI do Crime ouve autoridades sobre o PCC

Reprodução/TV Senado

Promotor e diretor de inteligência prestam esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito

CPI do Crime ouve promotor Lincoln Gakiya e diretor Antônio Glautter sobre o PCC e a situação do sistema prisional.

CPI do Crime ouve promotor e diretor de inteligência sobre o PCC

Nesta quarta-feira (19/11), a CPI do Crime Organizado ouve o promotor de Justiça Lincoln Gakiya e Antônio Glautter de Azevedo Morais, diretor de Inteligência Penal da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). O objetivo da oitiva é investigar a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) e a situação do sistema prisional brasileiro.

Glautter é o primeiro a prestar esclarecimentos ao colegiado. Ele destacou o grave déficit de vagas no sistema prisional, que atualmente abriga 702 mil pessoas, enquanto sua capacidade é de apenas 500.381. “Isso demonstra uma superlotação de cerca de 40%”, afirmou. Essa realidade é uma das que a CPI busca entender melhor para propor soluções adequadas.

Lincoln Gakiya, promotor do Ministério Público de São Paulo e integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), traz uma perspectiva fundamental sobre as operações do PCC, uma organização criminosa que tem causado graves impactos na segurança pública brasileira desde a década de 2000. O senador Alessandro Vieira (MDB), relator da CPI, propôs a convocação de ambos, ressaltando a importância de suas contribuições para o diagnóstico da situação.

Vieira argumenta que a experiência e o conhecimento de Gakiya sobre o PCC são cruciais para a CPI, que busca não apenas entender a atuação do crime organizado no Brasil, mas também avaliar a eficácia das políticas públicas atuais. “A contribuição das autoridades convidadas é imprescindível para que possamos construir um diagnóstico fidedigno da ameaça”, disse o senador.

Na reunião anterior, realizada na manhã de terça-feira (18/11), o diretor da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, também foi ouvido. Durante sua fala, Rodrigues enfatizou a necessidade de se diferenciar as ações das autoridades no combate ao crime organizado e criticou a glamorização das atividades criminosas. Ele também se opôs à ideia de equiparar organizações criminosas a grupos terroristas, destacando as particularidades de cada um.

A CPI do Crime Organizado representa um esforço importante do Senado para abordar a questão da segurança pública no Brasil, especialmente no que diz respeito ao crime organizado e suas consequências. A expectativa é que as informações obtidas durante as oitivas ajudem a formular estratégias mais eficazes no combate a essas organizações.

Além disso, a CPI busca envolver a sociedade na discussão sobre segurança pública. O público pode acompanhar as sessões e receber atualizações através dos canais de comunicação da CPI, demonstrando um comprometimento em manter a população informada sobre os desdobramentos das investigações e as medidas que estão sendo propostas para enfrentar o crime organizado.

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