CPI do crime: Planalto busca retomar o debate sobre segurança pública

Andressa Anholete/Agência Senado

Comissão terá presidência de Fabiano Contarato

Senador Fabiano Contarato assume a presidência da CPI do crime, buscando recuperar o debate sobre segurança pública no país.

Em 5 de novembro de 2025, às 02:00, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi escolhido para presidir a CPI do crime organizado. Essa decisão marca um esforço do governo para recuperar o controle do debate sobre segurança pública no Brasil, especialmente após uma megaoperação no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos.

Avanços e desafios da CPI

A escolha de Contarato, que possui vasta experiência como delegado da Polícia Civil, pode trazer um tom técnico aos trabalhos da CPI. Desde o início de suas atividades, a comissão já aprovou pedidos para ouvir ministros e 11 governadores. O governo espera que isso ajude a fortalecer a narrativa de segurança pública em um momento de crescente pressão da oposição.

A posição da oposição e a resposta do governo

A oposição, por sua vez, tenta manter o tema em evidência, criticando a condução da segurança pública pelo governo. Em resposta, o Executivo enviou um projeto chamado “antifacção”, que visa aumentar as penas para criminosos e tipificar o crime de organização criminosa qualificada. Esse movimento ocorre em um contexto onde pesquisas mostram que 55,2% da população apoia as operações policiais, o que pode fortalecer o discurso de “tolerância zero” defendido pela direita.

O futuro da segurança pública no Brasil

Enquanto isso, a PEC da Segurança, principal aposta do governo, permanece travada nas comissões. A tentativa da oposição de apensar seu projeto de Lei Antiterrorismo ao do governo busca dividir os créditos de uma possível aprovação, uma estratégia que pode impactar as eleições de 2026, à medida que a oposição tenta neutralizar o fortalecimento do governo neste tema complexo.
Ao mesmo tempo, o cenário em torno da segurança pública continua a ser um flanco delicado para o governo, que busca navegar entre críticas e a necessidade de aprovação de suas propostas no Congresso.

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